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Educação | 03.04.17 - 20h24

Profissionais da Secretaria de Educação do Recife participam de simpósio sobre autismo

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O encontro, que faz parte das comemorações do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, reuniu mais de 400 pessoas na Escola de Formação Paulo Freire (Foto: Luciano Ferreira/PCR)

 

A Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Educação, promoveu o 2º Simpósio sobre Transtorno do Espectro Autista (TEA) na Escola de Formação de Educadores Paulo Freire, na Madalena, nesta segunda-feira (03). O encontro, que faz parte das comemorações do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado nesse domingo (02), reuniu mais de 400 pessoas, entre professores da rede municipal que são especialistas em Educação Especial, coordenadores pedagógicos, gestores escolares e profissionais de psicologia e fonoaudiologia, além de pais e mães de estudantes autistas.

A programação contou com palestras do professor Carlos Lucena Aguiar, que tem mestrado em Saúde Pública e aperfeiçoamento em Saúde Mental; do administrador de empresas Paulo Henrique Rodrigues, pai de uma criança autista, e das professoras Damaris Flor e Fernanda Cristina Silva, autoras da metodologia Caminhos Diferentes para a Alfabetização.  

O diretor-executivo de Gestão Pedagógica da Secretaria de Educação do Recife, Rogério Moraes, lembrou que, a cada ano, a rede municipal vem ampliando e melhorando o atendimento aos alunos com deficiência e com autismo. Este ano, já são mais de 445 estudantes com Transtorno do Espectro Autista matriculados nas 309 unidades de ensino municipais do Recife. Eles têm aula nas salas regulares, junto com os demais alunos, e, no contraturno, desenvolvem trabalhos direcionados com 265 professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) nas salas de recursos multifuncionais, que são espaços com equipamentos pedagógicos específicos para o desenvolvimento desses estudantes. “Nos últimos quatro anos, o número de unidades de ensino equipadas as salas de recursos chegou a 127. Estamos satisfeitos com os avanços, mas sabemos que é necessário avançar ainda mais”, frisou.

Já a chefe da Divisão de Educação Especial da Secretaria de Educação do Recife, Lauricéia Tomaz, destacou que nem todos os seres humanos são autistas, mas todos os autistas são seres humanos e merecem o melhor de todos nós. “É também uma grande emoção ver esse auditório cheio. Tenho certeza que, se tivéssemos mais alguns dias de inscrição, seria necessário realizar esse simpósio no Centro de Convenções”.

Primeiro palestrante, o professor Carlos Lucena de Aguiar desenvolveu o tema “O autismo visto de dentro: uma visão autobiográfica do autismo severo”. Pai de uma criança com TEA e especialista no assunto, ele disse que é necessário mudar o foco das pesquisas, não se limitando à simples observação do comportamento, mas buscando conhecer o que a pessoa autista tem a dizer sobre suas dificuldades e capacidades. “A tendência hoje é ouvir cada vez mais o próprio autista como forma de compreendê-lo e ajudá-lo”, ressaltou o docente que, em 2016, ministrou curso de Comunicação Facilitada para os professores especialistas em Educação Especial da Prefeitura do Recife. Lucena ainda exibiu dois pequenos vídeos produzidos por autistas para demonstrar a sobrecarga sensorial que os atinge, além de uma música utilizada na campanha de 2011 do Dia Mundial de Conscientização do Autismo.

Professora da Escola Municipal Cidadão Herbert de Souza, localizada em Santo Amaro, Márcia Vilar trabalha com seis estudantes com TEA e acredita que simpósios como este ajudam muito nas ações pedagógicas voltadas para esse público. “A Secretaria de Educação do Recife vem fazendo um esforço significativo para melhorar nossa capacitação. Isso nos ajuda a ampliar nossos conhecimentos e, consequentemente, atender cada vez melhor nossos alunos”, argumentou.  

TABLETS - Em 2016, a Prefeitura do Recife entregou 500 tablets com o software Livox, que facilita a comunicação de alunos com autismo e paralisia cerebral que tenham comprometimento da fala. Foram distribuídos 260 equipamentos para estudantes da rede que puderam levar os tablets para casa, para que o equipamento facilite a comunicação deles com os familiares, professores e demais alunos, e outros 240 tablets com Livox foram entregues para as escolas que têm salas de recursos multifuncionais.