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| 05.05.11 - 16h42

João da Costa participa de Fórum de Mobilização para Enfrentamento das Doenças Negligenciadas

O evento realizado pelo Governo do Estado é baseado em experiência já iniciada no Recife

Por Tádzio Estevam

O prefeito João da Costa participa, nesta sexta-feira (06), às 09h, do Fórum de Mobilização para Enfrentamento das Doenças Negligenciadas em Pernambuco, que acontecerá no auditório do Centro de Convenções da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O objetivo do evento é mobilizar Estado e municípios para que haja uma redução significativa da transmissão e carga das doenças como hanseníase, tuberculose, filariose, entre outras consideradas como doenças da ausência de cidadania. Também estarão no evento o secretário municipal de Saúde, Gustavo Couto, o assessor executivo da pasta, Tiago Feitosa, diretores e gerentes da secretaria.

Na ocasião, será apresentado o Programa de Enfrentamento às Doenças Negligenciadas, que contará com a parceria do Ministério da Saúde, por meio da Organização Panamericana de Saúde (OPAS).

O evento desta sexta é o resultado de uma experiência que teve início no Recife, Olinda e Jaboatão em outubro de 2010. Na época, as secretarias de saúde desses municípios foram escolhidas para receber recursos na ordem de U$ 580 mil para tratar doenças negligenciadas como filariose, hanseníase, esquistossomose e verminoses. Esses recursos são provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio da Fundação Norte-americana Bill e Melinda Gates, que estão financiando esse combate não só no Brasil como também em outros quatro países da América Latina (México, Guatemala, Haiti e Guiana). A escolha dessas três cidades se deu pelas altas taxas de prevalência de casos.

Contudo, a Secretaria de Saúde do Recife já deu início às ações mesmo sem ter recebido os recursos do BID, uma vez que o público alvo desse programa são alunos da Rede Municipal de Ensino com idades entre seis e 15 anos (mais de cinco mil). O motivo do início imediato das ações foi aproveitar o começo do ano letivo para poder concluir a primeira etapa do projeto em dois anos exatos.

Os estudantes de dez escolas municipais e seus familiares estão sendo examinados e tratados. É o caso da hanseníase, que mesmo não sendo considerada uma doença pediátrica, a identificação numa criança configura que a transmissão foi feita por um adulto que reside no mesmo endereço e que está ou não sendo tratado. Além da hanseníase, outra doença que está muito presente na vida dessas crianças são as helmintíases (ascaridíase, tricuríase, oxiuríase, teníase, etc), no qual 30% desse público tem algum tipo de helmintíase. E isso acaba atrapalhando o desenvolvimento escolar dos alunos.

Em março deste ano, a Secretaria de Saúde do Recife foi convidada para apresentar a experiência municipal para a Secretaria de Saúde de Pernambuco. O encontro, que contou com os representantes das pastas municipal e estadual, aconteceu na própria SES e ocasionou na assinatura de uma carta de intenções entre a esfera estadual, a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e o Sabin Vaccine Institute (EUA) para que a experiência do Recife fosse replicada para o Estado inteiro.

Para o secretário municipal de saúde, Gustavo Couto, a experiência que sairá do Recife para o Estado como um todo só aumenta a responsabilidade e amplia a visão de Rede. “Esta é uma responsabilidade pública. Quando juntamos os atores que participam diretamente da questão como Estado, Município e instituições parceiras, ampliamos nosso compromisso. Vivemos uma época de evolução. Por isso, temos que minimizar ao máximo a vulnerabilidade e os riscos a que está exposta a população”, comentou.

Ações por doença

Hanseníase
Com relação à moléstia, o objetivo do programa é aumentar a detecção e curar, no mínimo, 90% dos casos escolares, além de interromper a transmissão. Por isso, a intervenção consiste na triagem pelos agentes comunitários de saúde, com encaminhamento para a equipe de Saúde da Família.

Filariose
Sobre a filariose, serão realizados três mil testes rápidos e buscas ativas nas residências dos alunos e vizinhos para a realização da hemoscopia – exame que consiste na coleta de sangue por meio de um furo no dedo.

Verminoses
No que se refere às verminoses e à esquistossomose, os profissionais coletarão amostra de fezes de 350 alunos. Eles passarão por um tratamento coletivo e farão uma reavaliação a cada seis meses num período de dois anos.

Dados – Segundo estatísticas levantadas pelo Sabin Vaccine Institute, as doenças negligenciadas afetam mais de 200 milhões de pessoas em toda a América Latina e Caribe. No mundo, o número ultrapassa a marca de R$ 1,4 bilhão de pessoas.

Relação das escolas participantes do programa:
Escola Municipal Santo Amaro (Santo Amaro)
Escola Municipal Dos Coelhos (Coelhos)
Escola Municipal Professor José da Costa Porto (Ilha Joana Bezerra)
Escola Municipal Mário Melo (Campo Grande)
Escola Municipal São João Batista (Água Fria)
Escola Municipal Historiador Flávio Guerra (Guabiraba)
Escola Municipal Elisabeth Sales C. de Barros (Torrões)
Escola Municipal Jardim Uchoa (Areias)
Escola Municipal Vila Sésamo (COHAB)
Escola Municipal Cícero Franklim Cordeiro (Ibura)

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