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Habitação | 06.06.16 - 11h42

Esposa de Naná Vasconcelos visita habitacional que leva nome do músico

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Patrícia foi recepcionada por alguns dos novos moradores e ficou bastante emocionada com a homenagem (Foto: Cortesia)

 

Patrícia Vasconcelos, a esposa do percussionista Naná Vasconcelos, visitou neste fim de semana o Conjunto Residencial Naná Vasconcelos, na Linha do Tiro. O habitacional, que faz parte do projeto de saneamento integrado PAC Beberibe, executado pela Prefeitura do Recife, recebe o nome do músico em sua homenagem e será entregue as famílias beneficiadas ainda esta semana.

Ao chegar ao habitacional, Patrícia foi recepcionada por alguns dos novos moradores e pelo secretário de Saneamento do Recife, Alberto Feitosa. Emocionada, ela falou sobre a felicidade que sentiu ao receber a notícia. "Ao saber da homenagem que a Prefeitura do Recife faria a Naná, fiquei muito feliz e lisonjeada. Naná sempre foi uma pessoa que olhava e dedicava seu trabalho também em ajuda ao próximo. Essa conexão do nome dele com o resgate da dignidade de pessoas que vivem em áreas de risco acaba sendo muito importante para todos nós que sabíamos do cuidado de Naná com o seu semelhante", afirmou.

Além do nome do percussionista, o residencial Naná Vasconcelos também terá um paredão com grafitagens que retratarão o rosto do músico com diferentes expressões. O conjunto é composto por dois blocos com 32 apartamentos e vai abrigar famílias das comunidades de Linha do Tiro, Dois Unidos, Beberibe e Vila Miguel Arraes.

NANÁ VASCONCELOS - Juvenal de Holanda Vasconcelos nasceu no Recife em 2 de agosto de 1944 e teve seu primeiro contato com instrumentos de percussão aos 7 ou 8 anos, quando foi admitido pelo próprio pai para tocar bongô e maracas em um conjunto da cidade. Ainda na infância, aprendeu a tocar sozinho, usando os penicos e as panelas de casa. Precoce, aos 12 anos já se apresentava com seu pai numa banda marcial em bares e participava de grupos de maracatu locais. Aprendeu primeiro a tocar bateria para então tocar berimbau. Dotado de uma curiosidade intensa, indo da música erudita do brasileiro Villa-Lobos ao roqueiro Jimi Hendrix, Naná aprendeu a tocar praticamente todos os instrumentos de percussão, embora nos anos 60 tenha se especializado no berimbau.

Em 2013, foi o homenageado no Carnaval do Recife. Neste mesmo ano fez a trilha sonora da animação O Menino e o Mundo, que concorreu ao Oscar de melhor filme de animação em 2016. No dia 9 de dezembro de 2015, Naná Vasconcelos recebeu o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) - sem nunca ter cursado nível superior. Esta honraria é concedida a pessoas que tenham se destacado em meios como artes, filosofia ou ciência, por exemplo.

Naná Vasconcelos ganhou, por oito anos consecutivos (1983-1990), o prêmio de Melhor Percussionista do Ano da conceituada revista Down Beat, considerada a "bíblia do jazz". Com uma forte ligação com a cultura popular, nos seus últimos 15 anos de vida, abriu o Carnaval do Recife, acompanhado pelo cortejo de nações de Maracatu. Naná Vasconcelos faleceu este ano, no dia 9 de março de 2016, no Recife.