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Planejamento Urbano | 07.07.17 - 19h16

PCR realiza seminário para debater a presença das mulheres na construção do Plano Diretor do Recife

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Eixos como mobilidade, infraestrutura, transporte e segurança foram alguns dos pontos levantados durante o evento da Secretaria da Mulher. (Foto: Carlos Augusto/PCR)



Mais de 100 mulheres estiveram presentes no seminário Donas do Pedaço: Construindo a participação das mulheres no Plano Diretor do Recife, na última quinta-feira (6), no auditório do Banco Central, na Rua da Aurora. O evento, promovido pela Secretaria da Mulher do Recife, reuniu urbanistas, gestores municipais, parlamentares, coletivos de mulheres, entidades ligadas à luta pelo direito à cidade e representantes da sociedade civil para incluir a perspectiva de gênero no planejamento e desenvolvimento da cidade. A iniciativa contou com a parceria do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira e com o apoio da Secretaria da Mulher de Pernambuco e das ONGs Habitat, Interação e ActionAid.

A secretária da Mulher do Recife, Cida Pedrosa, abriu a mesa frisando a importância do evento. "O território sempre foi pensado pelo olhar masculino. A gente já avançou muito em várias políticas sociais, mas quando a gente pensa em território, a gente vem a vida inteira pensando pelo olhar masculino. Por muitas vezes há muitos acertos, mas nós temos necessidade diferentes, a gente circula de forma diferente na cidade. E o Plano Diretor que vai pensar a cidade por 10 anos não pode ser construído sem esse recorte do nosso olhar", comentou. O vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira, esteve presente na atividade e reforçou que o documento será construído coletivamente com as diversas representações de mulheres e que pretende levar à Câmara Municipal uma série de indicadores que garantam a participação ativa das recifenses no processo.Além disso, representantes do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (CAU) e do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-PE) estiveram presentes no seminário. O primeiro painel foi sobre "Caminhos cruzados: a mulher na cidade e o gênero na política pública", com a mestra em planejamento urbano, Gabriela Pinto e a assistente social Priscila Santos. A palestrante levantou pontos sobre a importância de incluir a mulher nos espaços de decisão e como o movimento de mulheres tem instaurado agendas para se repensar as cidades. Gabriela trouxe as experiências no processo organizativo da Favela da Maré, no Rio de Janeiro, e as ações desenvolvidas pela ActionAid na promoção de uma cidade segura para as mulheres, no Recife.

"É preciso entender que a desigualdade de gênero se inscreve na produção e representação do espaço - define  trajetos, uso, comportamento, produção. Pensar a cidade de forma progressista, tem que incluir a perspectiva de gênero", reforçou Gabriela. Já Priscila comentou suas vivências na comunidade Passarinho na busca por uma cidade mais justa, e de como é vital empoderar as mulheres que estão nas comunidades para que juntas possam construir as diretrizes que nortearão a cidade nos próximos dez anos. A mediação da mesa ficou por conta da gerente de programas de Habitat Brasil, Mohema Rolim.

À tarde, o segundo painel trouxe o debate algumas contribuições para a inclusão do olhar das mulheres no Plano Diretor. A arquiteta urbanista Paula Santoro levantou uma série de ações nas áreas de mobilidade, moradia, infraestrutura. "Pensar as formas que a cidade vai ter faz parte do Plano Diretor. Prédios murados, por exemplo, não produzem cidades seguras para as mulheres". Além disso, a professora reforçou que as recifenses precisam não só participar da elaboração do documento, mas também do sistema de gestão delas.  Junto a Paula, o gerente-geral de Planejamento Territorial do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira, Cezar Lopes, comentou que o Plano já está na fase final da licitação e que serão realizadas escutas e oficinas com a população. Em 2018, as leis serão votadas na Câmara Municipal do Recife. A arquiteta Luciana Siqueira participou como mediadora da mesa.

O Donas do Pedaço foi a primeira ação que a Secretaria da Mulher promoveu no processo de discussão do Plano. Mais outros encontros serão realizados nas comunidades e formações técnicas serão oferecidas para as mulheres.