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Educação | 15.04.16 - 21h47

Alunos da Escola Costa Porto assistem a espetáculo sobre o perigo do uso de drogas

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Atividade encerrou o projeto Abril pro Coque, que estimulou o diálogo sobre temas como violência, tráfico e vulnerabilidade social (Foto: Antônio Tenório/PCR)

 

Cerca de 60 alunos da Escola Municipal Professor José da Costa Porto, localizada no Coque, foram ao Teatro Hermilo Borba Filho, na tarde desta sexta (15), para assistir à peça “Sete cracks e suas histórias”, que fala dos riscos e danos que a droga traz para os usuários. A apresentação encerrou a programação do Abril pro Coque, que aconteceu durante a semana e teve o objetivo de estimular o diálogo sobre temas como violência, drogas e vulnerabilidade social. Emocionante, o espetáculo tem como atores um travesti, uma ex-moradora de rua e ex-traficantes de drogas, que relatam experiências reais de suas vidas e formam uma roda de diálogo para interagir com o público.

A peça é realizada pelo Projeto Fábrica, que tem apoio da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas. "A droga trouxe destruição para minha vida, mas agora é apenas história. Parei há um ano. Hoje, trabalho para reduzir os danos causados pelos entorpecentes às outras pessoas", relata um dos artistas. "Comecei a usar drogas quando briguei com minha mãe e saí de casa. Virei traficante. Hoje, deixei a droga. Troquei-a por meu filho, por minha casa, pelo Projeto Fábrica", conta outro ator. Seus nomes não podem ser revelados e o espetáculo não pôde ser fotografado.

Entre os alunos, uma certeza: o espetáculo reflete a realidade do dia-a-dia. "Fiquei com vontade de chorar porque conheço pessoas que usam drogas e matam. Tive medo que acontecesse alguma coisa com elas. Tenho fé em Deus que é possível sair desse mundo", contou Kallyne Ketyllin, estudante do 9º ano. O coordenador do Fábrica, Genivaldo Francisco, explica que a iniciativa reúne 52 jovens para realizar atividades artísticas e sociais. "É um projeto de multiplicação de direitos humanos. Os meninos usam a arte como forma de prevenir e chamar a atenção da juventude para o problema das drogas", explica. O grupo promove rodas de diálogo, busca ativa de usuários e intervenções urbanas.

O coordenador do Núcleo de Enfrentamento à Violência Escolar da Secretaria de Educação do Recife (Neve), George Pereira, explica que o Abril pro Coque, realizado da última quarta (13) até esta sexta, surgiu da necessidade de mostrar outras formas de aprendizagem aos alunos da Escola Costa Porto. Os estudantes conheceram uma exposição no Forte das Cinco Pontas, participaram de oficinas com o tema Protagonismo Juvenil e visitaram a Escola de Referência de Ensino Médio Joaquim Nabuco, também no Coque. "Buscamos fortalecer as relações de respeito e amizade. Eles saíram da escola, tiveram intercâmbio com outras unidades e aprenderam novos saberes com o teatro", destaca.