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| 15.10.11 - 03h54

Encontro de bambas põe multidão para sambar na estreia da Virada Multicultural

Evento no Marco Zero reuniu grandes nomes do ritmo no Recife

O samba de raiz fez lotar a Praça do Marco Zero, no Bairro do Recife, na primeira noite da Virada Multicultural da Prefeitura do Recife, nesta sexta-feira (14). Dono de público cativo, o gênero musical de raízes africanas atraiu uma verdadeira multidão, que compareceu em peso para ver o encontro de bambas do Clube do Samba representado por Karynna Spinelli, Geraldo Maia, Paulo Perdigão, Jorge Riba, Demóstenes e Mônica Feijó.

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A cantora Karyna Spinelli fez as vezes de mestre de cerimônias. Dona de uma voz potente e um estilo que lembra o da cantora Clara Nunes, a sambista mostrou o por quê de ser considerada uma das divas do ritmo em Pernambuco. No repertório, mesclou composições próprias, compiladas no CD autoral Morro de Samba, e sucessos de artistas como Noel Rosa, a exemplo de Fita Amarela.

Auto-definido como um criador de música popular brasileira com sotaque pernambucano, Geraldo Maia subiu ao palco para mostrar seu lado sambista. O cantor recifense emocionou o público com uma interpretação bem particular de A Flor e o Espinho, eternizada na voz de grandes nomes do cancioneiro nacional, a exemplo de Elizeth Cardoso e, mais recentemente, Roberta Sá.

Outro destaque da noite, o carioca Paulo Perdigão mostrou toda a sua afinidade com o samba pernambucano. No palco, embalou a platéia com a composição própria Onde o Sol Fez Sua Morada, na qual homenageia o Recife. Em seguida, foi acompanhado em coro com uma releitura de Se Acaso Você Chegasse, sucesso de Lupicínio Rodrigues belamente gravado por Elza Soares.

Expondo uma vertente sambista ainda desconhecida por algumas pessoas, a cantora Mônica Feijó mostrou desenvoltura. Arrancou aplausos com uma versão de Não Deixe o Samba Morrer e, depois de citar a banda Mundo Livre S/A, botou o povo pra pular com Você Vai Cair na Festa, da olindense Eddie.

Apresentado como filho de Oxum por Karyna Spinelli, o cantor Jorge Riba revisitou a obra de Cartola, com o sucesso As Rosas Não Falam. Também mostrou seu trabalho com a autoral Meu Recado. A inspirada composição agradou o público que entoou os versos em sintonia com o artista.

O mais novo entre os representantes do Clube do Samba do Recife, o cantor Demóstenes mostrou maturidade na sua participação. Integrante do Trio Pouca Chinfra e a Cozinha, exibiu domínio de palco e de público relembrando o samba Todo Menino é um Rei, de Roberto Ribeiro, sucesso desde 1978.

O grand finale do encontro reuniu todos os participantes no palco. A uma só voz, cantaram Cordeiro de Nanã, de Caetano Veloso, e encerraram com Morro do Samba, de Karynna Spinelli, considerada o hino do Clube do Samba do Recife. “Estou orgulhosa de fazer parte da primeira edição da Virada Multicultural. É um excelente espaço para mostrar os trabalhos que estão sendo desenvolvidos no Estado”, afirmou a sambista.

Moradora da Bomba do Hemetério, a doméstica Karoline Souza achou o show excelente. “Vim com meus primos e amigos. Não paramos de dançar em nenhum momento. Todo mundo sambou até cansar. Adoramos tudo e queremos ver outras apresentações”, afirmou.