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| 15.10.11 - 23h25

Grupos de hip-hop duelaram em campeonato de dança de rua durante a Virada Multicultural

Cultura tomou conta do Parque Treze de Maio neste sábado

O Parque Treze de Maio se transformou, neste sábado (15), num ponto de encontro do movimento hip-hop. Com shows de rap, grupos de dança break e exposição de grafites, o espaço ficou lotado de dançarinos e disseminadores dessa cultura em Pernambuco. A batalha, como é chamada a competição entre eles, reuniu 16 grupos.

O primeiro lugar ficou com o grupo Intoxicação Urbana Crew, que recebeu um prêmio de R$ 1.500. PE Original Style Crew e Step Evolution conquistaram a segunda (R$ 1.000) e a terceira colocação (R$ 500), respectivamente.

Os campeonatos e os encontros de dançarinos de rua são oportunidades para que as equipes mostrem toda a sua técnica ao público. A Virada Multicultural é um momento para que a população conheça e aprecie o hip-hop como uma cultura não marginalizada”, disse o coordenador da Associação Pernambucana de Hip-Hop, Dom Pablo. Ainda de acordo com ele, na década de 80, a mobilização já tinha seus adeptos no Recife, mas, a partir de 2002, passou a ser visto como um movimento político, social e cultural.

Dom Pablo afirmou que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, o hip-hop não se restringe a um estilo de música. Na verdade, agrega cinco elementos artísticos básicos: rap, DJ, grafite, break e questões políticas, na maioria das vezes associadas à indignação da juventude com a realidade da periferia nas grandes cidades.

É muito bacana a exposição da cultura hip-hop no Recife. Dessa forma, podemos mobilizar e estimular a juventude que está, muitas vezes, em situação de risco a participar de um estilo de vida mais saudável“, destacou o professor dos Círculos Populares de Esporte e Lazer do Geraldão, Paulo Doido. Ele também explicou que o hip-hop pode ser um instrumento de transformação social, pois aumenta o nível de consciência dos jovens.

Cada grupo tinha 10 integrantes. Cleyde Silva, 21 anos, veio de Teresina (PI) para competir na Virada Multicultural e elogiou o incentivo da Prefeitura do Recife ao movimento. “Estou gostando muito da receptividade. No Piauí, não temos um apoio como esse. Por isso, também vim ao Recife com o objetivo de procurar informações para tentar desenvolver um projeto parecido no meu estado”, disse.