Secretaria de Cultura

NOTÍCIAS

Cultura | 16.11.18 - 14h05

Espetáculo Preto abre o 20º Festival Recife do Teatro Nacional, neste domingo (18)

img_alt

Peça da Companhia Brasileira de Teatro, com a atriz Renata Sorrah no elenco, além de Grace Passô, Cássia Damasceno, Felipe Soares e Nadja Naira, abre a programação montada pela Prefeitura do Recife, tratando de racismo, afeto, desigualdade e diálogo (Foto: Divulgação)

 

A 20ª edição do Festival Recife do Teatro Nacional abre as cortinas neste domingo (18), às 20h, com a apresentação do espetáculo Preto, inédito na cidade, no Teatro de Santa Isabel. Da paranaense Companhia Brasileira de Teatro, com a atriz Renata Sorrah no elenco, além de Grace Passô, Cássia Damasceno, Felipe Soares e Nadja Naira, a peça é a primeira das 12, entre nacionais e locais, que irão compor a pauta do Festival oferecido pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife.

O espetáculo se articula a partir da fala de uma mulher negra, que trata de racismo, a realidade do povo de pele negra no Brasil hoje, o afeto e o diálogo, negritando a maneira como lidamos com as diferenças e como cada um se vê numa sociedade marcada pela desigualdade.

A direção é de Marcio Abreu, que assina também a dramaturgia, com Grace Passô e Nadja Naira. Nadja faz também a iluminação do espetáculo. A cenografia é de Marcelo Alvarenga. O figurino foi criado por Ticiana Passos. As trilhas e efeitos sonoros são de Felipe Storino. A produção e realização é da própria Companhia Brasileira de Teatro, com patrocínio da Petrobras e do Governo Federal. A peça será reapresentada na segunda-feira.

Entre os espetáculos selecionados para compor o programa do Festival, que homenageia, nesta edição, o ator Reinaldo de Oliveira, há outras cinco produções nacionais e inéditas na cidade: Woyzeck – Zé Ninguém, do Teatro Terceira Margem e Artistas Independentes e Teatro La Independencia, do Oco Teatro Laboratório, ambos da Bahia; O Que Só Passarinho Entende, da Cia Cobaia Cênica, de Santa Catarina; LTDA., do Coletivo Ponto Zero, do Rio de Janeiro; e A Gaiola, da também carioca Camaleão Produções Culturais e LTDA.

De Pernambuco, integram a programação: Ligações Perigosas, do Teatro de Fronteira; Próxima, solo da atriz Cira Ramos; Em Nome do Desejo, da Galharufas Produções; Espera o Outono, Alice, do Amaré Grupo de Teatro; e Pro(Fé)Ta – O Bispo do Povo, do Coletivo Grão Comum.

Os ingressos custam R$ 10 (R$ 5 para estudantes) e serão vendidos nas bilheterias de cada teatro. 

Homenageado - Recifense de 88 anos, Reinaldo de Oliveira é filho do teatro pernambucano e um de seus maiores expoentes. De seus célebres pais, Valdemar e Diná de Oliveira, dois dos maiores nomes das artes cênicas produzidos por Pernambuco, herdou mais que talento e vocação. Sonhou os mesmos sonhos, enveredando pela carreira artística, depois de sagrar-se médico cirurgião, formado pela antiga Universidade do Recife.

Ator sagaz e versátil, vestiu a camisa do Teatro de Amadores de Pernambuco, fundado pelos pais. Atuou em diversos espetáculos, como Vestido de Noiva e Um sábado em 30 e dirigiu outros tantos, além de ter assumido a gestão do TAP. Escreveu nos palcos a sua própria história. Entre enredos e personagens, viveu muitas vidas em uma. 

Espetáculos do 20º Festival Recife do Teatro Nacional

 

PRETO

Companhia Brasileira de Teatro (PR)

Dias 18 e 19, às 20h

Local: Teatro de Santa Isabel

Duração: 80 minutos

Indicado para maiores de 14 anos

O espetáculo se articula a partir da fala pública de uma mulher negra, numa espécie de conferência sobre questões que incluem racismo, a realidade do povo de pele negra no Brasil hoje, o afeto e o diálogo, a maneira como lidamos com as diferenças e como cada um se vê numa sociedade marcada pela desigualdade.

Ficha Técnica

Direção: Marcio Abreu

Elenco: Cássia Damasceno, Felipe Soares, Grace Passô, Nadja Naira, Renata Sorrah e Rodrigo Bolzan

Músico: Felipe Storino

Dramaturgia: Marcio Abreu, Grace Passô e Nadja Naira

Iluminação: Nadja Naira

Cenografia: Marcelo Alvarenga

Trilha e Efeitos Sonoros: Felipe Storino

Direção de Produção: José Maria / NIA Teatro

Direção de Movimento: Marcia Rubin

Vídeos: Batman Zavarese e Bruna Lessa

Figurino: Ticiana Passos

Produção e realização: Companhia Brasileira de Teatro

Coprodução: HELLERAU - European Center for the Arts Dresden, Künstlerhaus Mousonturm Frankfurt am Main, Théâtre de Choisy-le-Roi - Scène Conventionnée pour la Diversité Linguistique

Patrocínio: Petrobras e Governo Federal

 

WOYZECK – ZÉ NINGUÉM

Teatro Terceira Margem e Artistas Independentes (BA)

Dia 20, às 19h

Local: Teatro Hermilo Borba Filho

Duração: 90 minutos

Indicado para maiores de 14 anos

Investindo na estética do circo e show de horrores, o espetáculo Woyzeck-Zé Ninguém, cujo texto original é do dramaturgo alemão Buchner, propõe transportar o primeiro protagonista proletário da literatura alemã à realidade brasileira. Baseada em fatos reais, a dramaturgia traz a história de um homem que, tomado como experimento por um médico, oprimido circunstancialmente pela sociedade, assassina a mulher amada sob imposição do automatismo. Com cortes abruptos e cenas ritmadas cinematograficamente, a adaptação é composta de elementos que reforçam a aproximação desta história com a realidade social e cultural brasileira. Canções de Gonzaguinha ajudam a compor a trajetória do protagonista, nesta que é considerada uma possível e universal situação dramática do homem comum. 

Ficha Técnica

Direção: Caio Rodrigo

Codireção: Guilherme Hunder

Texto original: Georg Buchner

Adaptação: Caio Rodrigo

Elenco: Felipe Viguini, Simone Brault, Wanderley Meira, Caio Rodrigo, Rui Manthur, Marcos Lopes e Elinas Nascimento

Produção: Raquel Bosi e Queila Queiroz

Direção musical: Elinas Nascimento

Trilha Sonora: Caio Rodrigo e Elinas Nascimento

Direção de movimento e coreografias: Mônica Nascimento

Cenário: Caio Rodrigo Figurinos: Guilherme Hunder

Iluminação: Pedro Dultra

Maquiagem: Guilherme Hunder

Realização: Teatro Terceira Margem e Artistas independentes

 

A MULHER MONSTRO

S.E.M. Cia de Teatro (RN/PE)

Dia 20, às 20h

Local: Teatro Barreto Júnior

Duração: 70 minutos

Indicado para maiores de 16 anos

A história se baseia no conto Creme de alface de Caio Fernando Abreu, escrito em plena ditadura militar, mas ainda tão atual. A tragicomédia fala da intolerância e do preconceito, parecendo tratar da atualidade política e social do Brasil, por meio da figura de uma burguesa perseguida pela própria visão intolerante da sociedade, que não sabe lidar com a solidão, nem com o próximo, num tempo de ódio e corrupções. Expõe as monstruosidades ditas e praticadas, trazendo à cena falas reais, denunciando expressões e atitudes radicalistas, fundamentalistas ou até mesmo segregacionistas do cotidiano.

Ficha Técnica

Texto: Analice Croccia, Quiercles Santana e AMARÉ Grupo de Teatro, com trechos de Marla de Queiroz, Pedro Bomba, Carl Sagan, Felipe André

Encenação: Analice Croccia e Quiercles Santana

Elenco: Paulo César Freire, Isabelle Barros, Bruna Justino e Natali Assunção

Iluminação: Natalie Revorêdo

Figurino e Cenografia: Micheli Arantes e Analice Croccia

Narração: Paulo César Freire, Íris Campos e Paulo de Pontes

Pesquisa Musical, produção e realização: AMARÉ Grupo de Teatro

 

LTDA.

Coletivo Ponto Zero (RJ)

Dias 24 e 25, às 20h

Local: Teatro Luiz Mendonça

Duração: 60 minutos

Indicado para maiores de 14 anos

Em um edifício empresarial, uma agência que produz e divulga fake news está à beira de um colapso. A peça busca lançar um olhar sobre a condição humana em tempos de pós-verdade e pós-ética.

Ficha Técnica

Dramaturgia: Diogo Liberano

Direção: Debora Lamm

Elenco: Brisa Rodrigues, Brunna Scavuzzi, Leandro Soares, Lucas Lacerda e Orlando Caldeira Atriz Stand-in: Mônica Bittencourt

Direção de Produção: Lucas Lacerda

Direção de Movimento: Denise Stutz

Direção Musical: Marcello H

Figurino: Ticiana Passos

Visagismo: Josef Chasilew

Desenho de Luz: Ana Luzia de Simoni

Cenário: Debora Lamm

Realização: Coletivo Ponto Zero

 

PRO(FÉ)TA – O BISPO DO POVO

Coletivo Grão Comum (PE)

Dia 25, às 19h

Local: Teatro Hermilo Borba Filho

Duração: 50 minutos

Livre para todos os públicos

Finalizando o ciclo da pesquisa do Coletivo Grão Comum intitulada Trilogia Vermelha, a encenação começa com a notícia do sequestro e assassinato do padre Henrique, em 1969, recordando o martírio dos corpos trucidados pela Ditadura e, até mesmo, da realidade do povo indigente sobrevivendo na lama do Recife, e, como testemunhou o evangelho, a miséria e suplício do próprio Cristo. A peça mobiliza um cortejo pelas ruas da cidade, conduzindo os espectadores rumo ao teatro, para o sepultamento do corpo trucidado, denunciando a violência que nos aflige ainda hoje, que ainda é ferida aberta, sempre injusta e desumana. A obra celebra o aclamado bispo Dom Hélder Câmara pedindo silêncio e paz, evocando reza forte, questionando a crença e a dimensão da fé guardada nos nossos corações dilacerados de desilusão.

Ficha Técnica

Pesquisa dramatúrgica, encenação e iluminação: Júnior Aguiar

Elenco: Daniel Barros, Júnior Aguiar e Márcio Fecher

Música Original: Geraldo Maia (com Paulo Marcondes, Rodrigo Samico, Públius, Hugo Linnis e Amarelo)

Operação de Áudio e Luz: Felipe Hellslaught

Idealização: Coletivo Grão Comum

Produção Geral : Coletivo Grão Comum, Cen@ff e Gota Serena