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Cultura | 17.12.18 - 16h18

Domingo de Auto de Natal, Pastoril e muita dança no Bairro do Recife

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Neste final de semana, a Avenida Rio Branco recebeu grupos de Pastoril e sons diversos para celebrar o Natal (Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR)

 

A Avenida Rio Branco esteve cheia gente, luzes e atrações natalinas neste final de semana. É que o Ciclo Natalino promovido pela Prefeitura do Recife, batizado de Celebra Recife, apresentou 12 atrações no sábado (15) e no domingo (16). Já o Cais da Alfândega, na sexta-feira (13), recebeu quatro atrações musicais sendo uma delas um Cortejo formado por nove pastoris.

Neste domingo, a programação começou logo cedo, às 10h, com Adriana B. Mais tarde, às 16h, foi a vez de Romero Ferro. Um pouco depois das 17h, o Auto de Natal do Coral Passo de Anjo, com o Maestro Spok, encantou crianças e adultos. O almoxarife Luciano Santana, 49 anos, se emocionou com a apresentação: “percebi as crianças muito bem humoradas ao se apresentarem, elas estavam mostrando amorosidade e passando esse sentimento para o público. Esse projeto foi muito bem feito”. Para o filho de Luciano, João Victor Santana, 13 anos, o Auto de Natal vai ficar na memória. “Gostei muito de ver a história do nascimento de Jesus e aprender que ele veio para ser o Rei da Terra”, contou ele.

Na ocasião, o Maestro Spok agradeceu o convite da Secretária de Cultura do Recife Leda Alves para fazer parte da programação do Ciclo Natalino com o seu projeto social. “A Secretária é importantíssima para as manifestações pernambucanas, sou testemunha viva do quanto ela batalha para que as os grupos populares possam fazer belas apresentações na cidade”, comentou ele. Em resposta, Leda Alves ressaltou a importância do trabalho de Spok que leva o Frevo para o mundo: “além de divulgar o frevo, esse artista investe no social”.

Depois foi a vez do Grupo Matéria Prima, formado por membros do Conservatório Pernambucano de Música, que trouxe para o palco da Rio Branco clássicos tais como Unforgettable, My Girl e Wave. “O grupo é excelente e a voz do cantor surpreende”, comentou o turismólogo, de 30 anos, Gustavo Ribeiro.

Na hora do Pastoril Jardim da Alegria, o público se animou na torcida para o azul e para o encarnado. “Todos dançaram muito bem e com muita desenvoltura. Moro no Cordeiro, vim com o meu marido e meu filho e valeu à pena”, disse a professora Simone Ferreira, 42 anos.

Já a Companhia de Dança de Valdeck Farias apresentou vários ritmos desafiantes com os dançarinos e dançarinas todos vestidos como Noel. A autônoma Tereza Flor, 59 anos, visitou o Bairro do Recife só para ver este grupo: “Eu moro em Fernando de Noronha, estou aqui por alguns dias e vim ver a Companhia de Valdeck Farias, pois ele é um amigo querido”.  Guerreiros do Sol Nascente e Cia Pé-Nambuco de Dança fizeram o encerramento da noite.

O público teve ainda outro motivo para visitar o Bairro do Recife: a árvore de Natal de 14 metros de altura, montada no Cais da Alfândega, e os 14 presépios confeccionados pelas crianças e jovens da rede municipal de ensino, a partir de resíduos tecnológicos, expostos na Avenida Rio Branco.

Os presépios foram confeccionados por 397 crianças e adultos e 63 professores de 14 escolas da rede municipal. As obras de arte - cujas dimensões variam 1m² e 3m³, com alturas que ficam entre 1m e 1,80m – ficarão expostos até o dia 25 de dezembro, das 11h às 15h e 16h às 19h, de segunda a sábado, e das 9h às 11h e 15h às 19h, aos domingos.

Homenageados - O Ciclo Natalino 2018, promovido pela Prefeitura do Recife, com envolvimento de várias secretarias, está celebrando neste ano o pastoril, uma das mais típicas e enraizadas celebrações culturais do Nordeste, em seus dois desdobramentos: o religioso e o profano, personificados por Dona Ivone Santos, que há 40 anos dirige o Pastoril Aurora da Redenção, do Jardim Beira Rio, no Pina, e o Velho Mangaba, que, desde o início dos anos 1990, vem resgatando a verdadeira história do principal personagem da brincadeira profana: o velho.

Os pastoris têm origem no teatro semipopular ibérico, que combinava danças, textos e canções, vinculados aos presépios, diante dos quais eram encenados. Nas duas primeiras décadas do século XIX, o pastoril se mantém pela iniciativa de leigos, sem perder sua ligação religiosa. A partir daí, embrenha-se pelas ruas e bairros, atraindo um público cada vez maior. E passa a se dedicar, cada vez mais, à crítica de costumes, ganhando irreverência e sensualidade, com o surgimento da vertente profana da brincadeira.

Povoada por diversos personagens, como a Estrela, o Pastor, o Anjo, a Borboleta, a Cigana e a Camponesa, o pastoril desdobra-se a partir da rivalidade entre dois cordões: o azul e o encarnado, mediados pela Diana, que carrega as duas cores.