Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas Sobre Drogas -SDSDHJPD

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Direitos Humanos | 17.12.18 - 20h32

PCR participa do acolhimento dos imigrantes venezuelanos no Recife

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A Prefeitura do Recife contribuirá com encaminhamento para inclusão em programas sociais, acesso aos serviços de saúde, viabilização de matrícula escolar e inserção em cursos (Foto: Antônio Tenório/PCR)

 

A Prefeitura do Recife participou do acolhimento dos 102 imigrantes venezuelanos que desembarcaram na Base Aérea do Recife, no bairro do Jordão, nesta segunda-feira (17), juntamente com representantes da CáritasBrasileira/CNBB (Regional Nordeste 2), a Força Aérea Brasileira (FAB), representantes do Governo do Estado e outras instituições. Depois de almoçarem, os imigrantes e refugiados que vieram de Roraima foram acolhidos naUniversidade Católica de Pernambuco (Unicap), na Boa Vista, onde receberam diversas orientações e conheceram a Casa De Direitos inaugurada na última semana, na Unicap. O espaço que servirá para dar suporte aos imigrantes e refugiados de todas as nacionalidades é da Cáritas Brasileira, em parceria com a Cáritas Suíça, Departamento de Estado dos Estados Unidos e o Instituto Humanitas Unicap (IHU), e conta com apoio da Prefeitura do Recife e de outras instituições.

A Cáritas é responsável pela estadia, alimentação, apoio jurídico, psicossocial e outras necessidades dos 102 venezuelanos através do Projeto Pana, que obteve financiamento do Departamento de Estado dos Estados Unidos. O governo americano está financiando o projeto em outras seis capitais brasileiras, assim como em outros países da América do Sul, como Colômbia e Equador. A Prefeitura do Recife contribuirá com encaminhamento para inclusão em programas sociais, garantia de acesso aos serviços de saúde, viabilização de matrícula escolar na rede de ensino municipal, inserção em cursos e no mercado de trabalho, entre outros.

A secretária-executiva de Assistência Social do Recife, Geruza Felizardo, deu as boas vindas ao grupo em nome da PCR. A representante daSecretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos da Prefeitura do Recife (SDSJPDDH) explicou que as equipes dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) de Santo Amaro e da Campina do Barreto estão disponíveis para atender os venezuelanos, fazendo a articulação entre as políticas públicas de saúde, assistência social, educação e empreendedorismo.

“A Prefeitura do Recife estará junto de vocês pra dar todo o suporte que vocês precisarem. As assistentes sociais da PCR vão acompanhar as famílias de vocês e vão articular as políticas públicas para que vocês tenham acesso aos serviços públicos e depois consigam ter autonomia. Vocês são muito bem-vindos. Se sintam acolhidos por nós”, disse Geruza Felizardo, que estava acompanhada de representantes das Secretarias de Saúde, Educação e Desenvolvimento Sustentável do Recife. Todas essas áreas da PCR vêm participando das reuniões de planejamento para a recepção dos venezuelanos, junto com a Cáritas, Unicap, Governo do Estado, Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Defensoria Pública da União (DPU), Arquidiocese de Olinda e Recife, entre outras instituições.

Depois de jantarem na Casa de Direitos e de receberem kits de higiene distribuídos pela Cáritas e Unicap, as 32 famílias seguiram em três ônibus da Prefeitura do Recife para os 12 apartamentos e casas onde vão residir, nos bairros de Santo Amaro, Boa Vista, Coelhos, Encruzilhada e Torreão. O sentimento comum entre o grupo que fugiu da crise na Venezuela era a esperança. Francia de Level, 38 anos, largou a faculdade de Contabilidade na Venezuela, há três anos, para tentar a vida em Boa Vista, capital de Roraima, junto com o marido e dois filhos. A terceira filha, de 1 ano e 3 meses, nasceu no Brasil. Ela está entre as 34 crianças e adolescentes que desembarcaram na capital pernambucana nesta segunda 

“Na Venezuela, nós não tínhamos alimentos e nem remédios pras crianças. Em Roraima, meu marido trabalhou dois anos numa madeireira, mas recentemente foi demitido e estava recebendo seguro-desemprego. Eu ainda não tive oportunidade de trabalhar aqui no Brasil. Conseguir emprego em Boa Vista estava muito difícil. Lá tem muitos venezuelanos e ninguém quer a gente. Aqui em Recife, espero ter uma vida melhor, mais tranquila, conseguir emprego pra mim e pro meu marido, além de creche e escola pros meus filhos”, contou Francia, que consegue se comunicar bem em português por já estar no Brasil há três anos.

Andrys Yanelly Ortiz, 34, também veio tentar a vida no Recife, junto com o namorado e três filhos. “Nossa vida estava muito difícil porque recebíamos muito pouco na Venezuela. Cheguei em Roraima há sete meses, depois de três dias de ônibus. Agora já vim pra Recife mais organizada; foram quatro horas de voo. Queremos aprender português, conseguir emprego e escola pros meninos”, deseja Andys. O companheiro dela, Feliz Vicente Ramoz, 51, estava com a blusa da seleção brasileira, do atacante Neymar, e um dos filhos, que quer ser jogador de futebol, estava com um boné do Brasil. 

O secretário-regional da Cáritas Brasileira (Regional Nordeste 2), Ângelo Zanré, falou do suporte que poderá dar aos imigrantes através do financiamento americano obtido para o projeto Pana. “Estamos recebendo nossos irmãos venezuelanos de braços abertos, com o maior carinho do mundo. Estamos aqui pra acolher, proteger, promover e integrar vocês na comunidade recifense. Sabemos que não é fácil ser forçado a deixar seu país pra tentar se reerguer em outro. Queremos possibilitar uma vida boa pra todos vocês, pra que todo mundo seja feliz. Estamos juntos nesse grande desafio”, garantiu o representante da Cáritas.