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Saúde | 18.02.19 - 14h46

Cerca de mil recifenses participam de mutirão de exames de hanseníase

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Ao longo desta semana, mais de 40 unidades de saúde do Recife atendem pessoas que tiveram contato com quem teve hanseníase nos últimos cinco anos (Foto: Cortesia)

 

A Secretaria de Saúde (Sesau) da Prefeitura do Recife deu início, nesta segunda-feira (18), a um mutirão de exames de hanseníase para pessoas que tiveram contato com quem teve hanseníase nos últimos cinco anos. O mutirão coordenado pela equipe do Programa Sanar Recife acontece em cerca de 50 unidades municipais de saúde até a sexta-feira (22), mas a ideia é que um total de cinco mil pessoas sejam atendidas até junho.

Uma das recifenses que já vem sendo acompanhada e esteve nesta segunda-feira na Policlínica Waldemar de Oliveira, em Santo Amaro, é a dona de casa Maria José Pedro Francisco, 58 anos, moradora do Alto do Pascoal. "Minha filha já teve hanseníase, tratou e ficou boa. Por via das dúvidas, sempre faço acompanhamento médico”, contou.

"É muito importante que quem convive ou conviveu com pessoas diagnosticadas com hanseníase procure a unidade de saúde para serem examinadas anualmente por pelo menos cinco anos consecutivos. Com o diagnóstico precoce, conseguimos quebrar a cadeia de transmissão", explicou Ariane Bezerra, coordenadora do Sanar Recife.

A partir dos dados de quem teve a doença, a Sesau está intensificando a busca ativa pelas pessoas que podem ter se contaminado, mas quem tiver casos de hanseníase na família também pode procurar diretamente a unidade de saúde da família mais próxima para fazer o exame dermatoneurológico, que consiste numa avaliação clínica. O Ministério da Saúde sugere o acompanhamento dos familiares dos doentes através do exame clínico realizado anualmente, durante cinco anos.

O trabalho faz parte da segunda fase de um projeto para reduzir casos da doença em alguns municípios brasileiros, entre eles a capital pernambucana. A primeira fase do projeto “Abordagens inovadoras para intensificar esforços para um Brasil livre de hanseníase”, do Ministério da Saúde e Organização Pan- Americana de Saúde (OPAS-OMS), aconteceu em abril de 2018, com treinamento teórico e prático para mais de 500 profissionais da rede municipal,  campanha de educação em saúde e busca ativa de casos nos territórios.

A DOENÇA – A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, de grande importância para a saúde pública devido à sua magnitude e seu alto poder incapacitante, atingindo principalmente a faixa etária economicamente ativa.  Os principais sintomas da hanseníase são manchas, dormência e falta de sensibilidade nas extremidades do corpo.

O tratamento com antibióticos dura de 6 a 12 meses e só é ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS). Todas as unidades de saúde da família do Recife realizam tratamento da doença. Uma vez tratado, o usuário não transmite a doença. Em casos mais graves, o usuário pode ser encaminhado para um dermatologista hansenólogo.

SANAR RECIFE - O programa Sanar Recife foi criado pela Secretaria de Saúde do Recife em 2013 para atender as doenças consideradas negligenciadas transmissíveis (hanseníase, filariose, tuberculose e geo-helmitíase). O Sanar atua em parceria com as Coordenações das Políticas Municipais, desenvolvendo ações como assessoramento de unidades de saúde; acompanhamento e investigação dos casos; fortalecimento da assistência laboratorial, fortalecimento da rede de atenção básica e promoção de ações de educação em saúde.

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