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Mulher | 21.02.17 - 15h56

Secretaria da Mulher do Recife desfila com o Nem com uma Flor nesta quinta-feira (23)

Conhecido pelo combate à violência contra a mulher, este ano, a atração irá promover uma campanha para arrecadar kits de higiene para a Colônia Penal Feminina do Bom Pastor

 

Conhecido por unir diversas mulheres na luta pelo fim da violência de gênero, o bloco Nem com uma Flor, promovido pela Secretaria da Mulher do Recife, desfila na quinta-feira, 23 de fevereiro, pelas ruas do Recife Antigo. Com o tema "Machismo não é brincadeira - Dê um basta na violência contra a mulher", a atração contará com as apresentações da Orquestra 100% Mulher, Maracatu Baque Mulher e a Boneca Gigante A Linda da Tarde. A concentração do Nem com uma Flor será às 15h, na Praça do Arsenal.

As homenageadas desta edição são a artista plástica Tereza da Costa Rêgo; a contadora de histórias e fundadora do Movimento Negro do Recife Inaldete Pinheiro; a ativista do Grupo Mulher Maravilha, Margarida Jerônimo e a ativista Luciana Brito (in memoriam). Este ano, as camisas do bloco serão trocadas por um pacote de absorventes e dois sabonetes que serão doados para a Colônia Penal Feminina do Recife.  Os kits podem ser entregues no Centro de Tecnologia, Educação e Cidadania (Cetec)  no bairro da Soledade, no dia 22 de fevereiro, das 9h às 17h.

Dialogando com o padrão artístico do carnaval do Recife, a camisa do bloco traz um desenho da grafiteira Jouse Barata, do Cores Femininas. O grupo atua na comunidade do Totó, na zona Oeste do Recife, discutindo violência contra a mulher e empoderando meninas dentro do movimento hip hop.

 

MULHERES HOMENAGEADAS:

 

Tereza da Costa Rêgo - Tereza da Costa Rêgo tem 87 anos e é uma das pintoras reconhecida nacionalmente e internacionalmente. Filha de aristocratas, separou-se do primeiro marido para viver com Demóstenes Arruda, líder do Partido Comunista do Brasil. Morando em São Paulo, a artista se forma em história na USP e trabalha como paisagista. Com a perseguição política do regime ditatorial, o casal entra para a clandestinidade. Chile, Paris, Albânia e China são alguns dos países que Tereza visitou com frequência no período ditatorial. Em Paris, a pintora faz um doutorado na Sorbonne com uma tese sobre a formação do proletariado no Brasil.  Com a chegada da anistia, Tereza e Diógenes decidem retornar ao Brasil. O guerrilheiro morre de um infarto fulminante e a artista volta a Pernambuco e abre um ateliê em Olinda.

Inaldete Pinheiro - Inaldete Pinheiro saiu de Parnamirim (RN), há 48 anos, para ser enfermeira no Recife. Em 1979, ajudou a fundar o Movimento Negro do Recife, com proposta de lutar contra o racismo. A ativista e seus companheiros ajudaram a aprovar a Lei 10.639/2003,  que tornou obrigatório o ensino de história da África e cultura afro-brasileira nas escolas da rede pública de ensino do Recife e de Pernambuco. A vontade de esclarecer e conscientizar fez de Inaldete uma escritora engajada, produzindo dez obras com a temática da cultura afro-brasileira para o público infanto-juvenil. Hoje, aos 70 anos, longe da enfermagem, com um filho e uma neta entre seus legados, permanece militante, defensora incansável dos direitos de seus irmãos e irmãs de raça.

Margarida Jerônimo - Margarida Jerônimo da Silva, 66 anos, tinha apenas seis quando saiu de Bom Jardim, no Agreste pernambucano, para tentar uma vida melhor no Recife. A vida sacrificada e invisível do trabalho doméstico foi a condutora de Margarida até as fileiras feministas. Em 2002, quando  batalhava pelo reconhecimento de paternidade da filha, conheceu a Associação de Mães Solteiras e despertou para a necessidade de reafirmar seu valor como mulher e lutar pelos seus direitos numa estrutura de poder machista e patriarcal. Ingressou no Fórum de Mulheres de Pernambuco e, em seguida, no Grupo Mulher Maravilha, onde milita até hoje.

Luciana Brito - Luciana Ferreira de Brito nasceu em São Paulo, em 1970 e chegou ao Recife com 13 anos de idade. Ingressou na luta comunitária por direito à terra e devido a uma articulação com as moradoras da comunidade, fundou o Grupo Cultural Mulheres de Vila Arraes, no bairro da Várzea, em 2006.  Em 2010, integrou o Movimento Internacional da Marcha Mundial das Mulheres. Luciana trabalhava no empoderamento feminino e lutava pelo fim da violência de gênero. Foi conselheira titular do Conselho da Mulher do Recife e teve como prioridade o trabalho de base com mulheres idosas. Faleceu em 2016, aos 46 anos de idade.

 

Serviço:

Saída – 23 de fevereiro de 2017

Local da concentração: Praça do Arsenal

Horário da concentração: A partir das 15h

Saída: 17h

Término: Marco Zero