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Cultura | 21.10.14 - 13h16

Seminário discute estratégias de circulação de espetáculos

Nesta terça (21), o encontro discute as perspectivas e intercâmbios entre projetos de circulação das artes cênicas, às 15h, no CCC. (Foto: Andréa Rêgo Barros/PCR)

Os desafios e estratégias para a circulação de espetáculos no Brasil foram discutidos, nesta terça (20), no Centro Cultural Correios, no primeiro dia de encontros promovido pelo Seminário Circular É Preciso, que faz parte do 19º Festival Internacional de Dança do Recife. Os coordenadores do 19º FIDR, Mônica Lira e Romildo Moreira, receberam representantes de festivais e entidades ligadas às artes cênicas para falar sobre o assunto. Estiveram à mesa Iris Macedo, da Mostra Brasileira de Dança; Paula de Renor, do Janeiro de Grandes Espetáculos; Galeana Brasil, representante local do Palco Giratório, e Mariana Pimentel, representante nacional do Palco Giratório. Nesta terça (21), o encontro discute as perspectivas e intercâmbios entre projetos de circulação das artes cênicas, às 15h, no CCC.

“Uma produção sem circulação fica muito restrita, por isso é importante a discussão a respeito das formas como podemos processá-la”, abriu Romildo Moreira. À frente de um dos mais tradicionais festivais da cidade, o Janeiro de Grandes Espetáculos, Paula de Renor também defendeu a circulação como ponto básico para a produção de qualquer estado. Ela argumentou sobre a necessidade de criação de políticas culturais para a área. “É necessário transformar algumas ações em políticas públicas para que não sejam interrompidas e nós possamos ter desdobramentos a partir delas”, colocou.

Além de promover o intercâmbio entre os artistas, a circulação tem um papel importante para quebrar preconceitos sobre a produção cultural de uma região, colocou ela. “Antigamente, Pernambuco só podia levar folclore para outros estados. Se não fosse folclore, os curadores não queriam. Isso acontecia muito por falta de circulação, de ver o outro, ouvir o outro”, disse Paula.

Representante regional do Palco Giratório, Galeana Brasil registrou a importância do trabalho em rede entre companhias e projetos de circulação. “É preciso tentar furar os bloqueios, temos que pensar em rede, para além de cessão de palcos, de espaços”, colocou. A criação em 2003 de um departamento regional dentro do Sesc foi ressaltada por ela. “Entre 1998 e 2003, tivemos três espetáculos de Pernambuco selecionados para o Palco Giratório. De 2004 para cá, foram 14 trabalhos”, comemorou.

Mariana Pimentel, do departamento nacional do Sesc, também celebrou a importância do incentivo às produções regionais. “Temos visto o crescimento do interior nesse processo. É bom ver o aumento na produção de bons espetáculos no interior dos estados”, colocou. A dificuldade dos grupos se manterem, no entanto, ainda é um empecilho. “É triste quando selecionamos um trabalho, mas o grupo não poderá participar porque os artistas têm outro trabalho, e não podem circular”, disse. Fundadora da Mostra Brasileira de Dança, Iris Macedo, comentou a profusão de festivais no Estado. “Temos um festival a cada dois meses em Pernambuco. Isso é muito. O que eu sinto é falta dos grupos nos verem como parceiros, se apropriarem mais das oportunidades que os festivais oferecem”, lamentou.