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Saúde | 23.03.16 - 17h58

Protocolo de Chikungunya prepara profissionais do Recife para atender vítimas da doença

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A arbovirose e suas consequências ainda é novidade para a maioria dos profissionais de saúde . (Foto: Luciano Ferreira/ PCR)
 
 
Durante toda esta quarta-feira (23), divididos em duas turmas, mais de 400 profissionais da Atenção Básica - médicos, enfermeiros  e fisioterapeutas - puderam conhecer mais sobre a arbovirese Chikungunya com o lançamento do Protocolo de Manejo da Dor na Chikungunya do Recife e a capacitação promovida pela Secretaria Municipal de Saúde.  A doença, também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, na avaliação do secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia,  tem acarretado um impacto importante na saúde da população, com consequências para a qualidade de vida das pessoas e para a economia dos municípios. A Prefeitura do Recife, por exemplo, está injetando na assistência farmacêutica R$ 1 milhão para a aquisição de analgésicos e medicamentos mais potentes para a dor, um dos principais sintomas da chikungunya.
 
"A capacitação continuada em arboviroses, com mais de 5,9 mil profissionais de saúde treinados, hoje, com o manejo da dor da chikungunia vai qualificar o atendimento ao usuário que chega na Rede Saúde do Recife", colocou Jailson Correia. Ele destaca que o Protocolo estabelece uma escala das fases da doença de 0 a 10 que vai orientar o médico a prescrever a medicação e tratamentos complementares, como a fisioterapia e acumpultura, conforme o grau de dor que o paciente apresentar. A fisioterapeuta do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), Kaliane Magalhães, nos vimos diante de muitos casos, de repente, e todo o conhecimento é bem vindo para que possamos melhorar a qualidade do atendimento dos pacientes. 
A responsável pela capacitação, a médica Zelma Pessôa, gerente geral das Políticas Estratégicas da Secretaria de Saúde do Recife, apresentou o protocolo, falou sobre os sintomas da doença, a manifestação em grupos considerados vulneráveis - idosos, crianças e pacientes com doenças preexistentes como diabéticos, hipertensos, cardiopatas, renais crônicos, entre outras associações. 
 
O protocolo foi elaborado por um grupo de especialistas, a partir do que vem sendo discutido pelo Ministério da Saúde e pela Organização Panamericana de Saúde e Organização Mundial de Saúde. Para o secretário, as diretrizes não estão prontas e acabadas, porque por ser uma doença introduzida recentemente os procedimentos podem receber contribuições dos profissionais a medida que novas descobertas forem comprovadas pela pesquisa. Na Rede de Saúde do Recife, um questionário para diagnóstico de dor neuropática também será aplicado ao paciente para que o grau da dor ainda seja  melhor conhecido.
 
A doença - A febre chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Com sinais e sintomas clinicamente parecidos com os da dengue – na fase aguda, febre de início, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema –, a Febre Chikungunya tem como principal manifestação clínica as fortes dores nas articulações. Nos casos mais graves, as dores podem persistir por até três anos.
 
Dados epidemiológicos - De Acordo com o Boletim de Arboviroses, até a semana epidemiológica (SE) 9, período de 03 de janeiro a 05 de março deste ano, foram notificados 7.946 casos de arboviroses (Dengue, Chikungunya e Zika), sendo 3.673 casos de dengue, 2.632 casos de Chikungunya e 1.641 de Zika. Dentre as notificações, foram confirmados 1.873 casos, sendo 1.488 de dengue e 385 de Chikungunya. Para o mesmo período de 2015, foram notificados 5.594 casos de arboviroses, representando um aumento de 42% nos registros. Este ano, dois óbitos foram confirmados por Chikungunya na cidade, um no bairro da Ilha do Retiro e outro em Água Fria.