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Saúde | 24.01.21 - 10h35

Prefeitura do Recife participa de operação para receber pacientes com covid-19 vindos de Manaus

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Neste sábado (23), esquema que contou com cinco ambulâncias do Samu Recife transferiu 10 pessoas para o Hospital das Clínicas (HC) da UFPE, na Zona Oeste da cidade (Foto: Daniel Tavares/PCR)

 

Neste sábado (23), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Metropolitano do Recife, ligado à Prefeitura do Recife, participou da operação para receber 10 pacientes com covid-19 transferidos de Manaus para a capital pernambucana. O desembarque aconteceu por volta das 21h, na Base Aérea da cidade, na Zona Sul. O Samu Recife disponibilizou 27 profissionais, quatro motolâncias e cinco ambulâncias para realizar o transporte das pessoas até o Hospital das Clínicas, da UFPE, e Hospital de Referência à Covid-19 - unidade Boa Viagem (antigo Alfa), Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE). 

Na chegada, os pacientes foram atendidos por uma equipe de profissionais de saúde que realizou avaliação individual do estado clínico para encaminhamento dos pacientes para leitos de enfermaria e UTI dos hospitais.

Dos 27 profissionais do Samu que participaram do esquema, cinco são médicos, cinco enfermeiros, 13 técnicos de enfermagem e cinco condutores socorristas. A Operação Manaus, como foi batizada, contou com o apoio de 21 ambulâncias, sendo cinco do Samu Recife (três de suporte básico e outras duas UTIs móveis), e outras 16 do HC e das empresas Safety Med e Mais Vida.

“Essa é a primeira operação, desse tamanho e desse porte, que o Samu do Recife realiza. A gente conseguiu colocar em prática toda a estrutura e o planejamento que fizemos para que esses 10 pacientes que vieram de Manaus pudessem ser transportados da melhor forma possível até o Hospital das Clínicas e o Hospital Alfa. O Samu, que trabalha há 11 meses na pandemia, deu mais uma amostra do que ele consegue fazer no atendimento a múltiplas vítimas, mesmo que estas estejam infectadas pelo novo coronavírus”, destacou Leonardo Gomes, coordenador geral do Samu Metropolitano do Recife.

Antes do início da Operação, a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife realizou exames do tipo RT-PCR em todos os profissionais que tiveram contato direto durante o transporte dos pacientes. Depois de três dias, esses trabalhadores serão testados novamente como forma de garantir a sua segurança e monitoramento de possíveis novos casos de covid-19 no município, uma vez que houve exposição ao novo coronavírus.

Os pacientes que chegaram são oriundos de diversas unidades de saúde de Manaus e, a princípio, apresentam perfis de casos moderados. Durante todo o trajeto Manaus/Recife, eles foram monitorados por médicos e enfermeiros. Dos dez pacientes, cinco foram levados para o HCPE - quatro para enfermaria e um para UTI. Os outros cinco seguiram para o Hospital de Referência à Covid-19 - unidade Boa Viagem (antigo Alfa), sob gestão da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), e foram direcionados para leitos de terapia intensiva.

“Os serviços do SUS devem atender a todos os brasileiros, independente do paciente ser ou não morador daquela cidade ou Estado, o que ratifica o preceito da universalidade desse sistema. Com a crise vivenciada pelo Estado do Amazonas, o governador Paulo Câmara, de imediato, se colocou à disposição para ajudar e, em parceria com a Prefeitura do Recife, encaminhamos 200 concentradores de oxigênio para a rede hospitalar amazonense no último dia 15. Agora, apoiamos toda a logística para chegada desses dez pacientes para as unidades pernambucanas e ainda disponibilizamos leitos na rede própria. Acreditamos que é indispensável a solidariedade entre todos os entes da federação para que possamos salvar mais vidas e trazer esperança para todos neste momento de pandemia”, disse o secretário estadual de Saúde, André Longo.

“Esse é mais um momento histórico que estamos passando aqui no HC-UFPE. Estamos preparados e vamos fazer o nosso melhor como é de praxe, com um tratamento integral e humanizado. Temos a oportunidade como hospital-escola de contribuir com a Rede Ebserh e temos o apoio dos gestores do SUS local nesta ação de caráter humanitário para acolhermos esses pacientes com o melhor que podemos oferecer", afirma o superintendente do HC-UFPE/Ebserh, Luiz Alberto Mattos.

Ainda estavam envolvidas no trabalho de internação e transporte dos pacientes a SES-PE, Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que gerencia o HC, além de equipes da Autarquia de Trânsito e Transporte (CTTU), Anvisa, Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e do Batalhão de Polícia de Trânsito, Centro Integrado de Comando e Controle Regional de Pernambuco (CICCR), Ministério da Saúde, FAB e White Martins, que está fornecendo oxigênio para a ação. 

A capital amazonense enfrenta uma grave crise sanitária, em que a escassez de oxigênio e falta de estrutura em hospitais levaram a rede de saúde a um sério colapso. Por esse motivo, Manaus tem precisado transferir pacientes infectados pelo novo coronavírus para internamento em outras cidades.

CONCENTRADORES DE OXIGÊNIO - No dia 16 de janeiro, o prefeito João Campos, em união com o Governo de Pernambuco, decidiu enviar 200 concentradores de oxigênio para ajudar no enfrentamento da crise no sistema público de saúde em Manaus. Desse total, 100 foram da Prefeitura do Recife e os demais do Estado.

Esses concentradores, utilizados para o tratamento de pessoas com insuficiência respiratória, fazem parte dos mais de 10 mil equipamentos médico-hospitalares adquiridos pela Prefeitura do Recife, durante a preparação para o enfrentamento à pandemia no município. Os aparelhos foram utilizados para salvar vidas nos sete hospitais de campanha construídos em 45 dias pela PCR. Quando as unidades começaram a ser desativadas, os materiais foram levados para o almoxarifado da Secretaria de Saúde, onde estavam armazenados.