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Saúde | 25.07.17 - 19h39

Encontro no Hospital da Mulher do Recife discute saúde e luta por direitos da mulher negra

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O evento encerrou a programação do Dia da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha (Foto: Carlos Augusto/PCR)

 

A violência e seus impactos na saúde da mulher negra foi tema de encontro promovido, nesta terça-feira (25), pela Prefeitura do Recife. Em sua segunda edição, o evento foi realizado no Hospital da Mulher do Recife (HMR) Dra. Mercês Pontes Cunha, no Curado, reunindo três secretários municipais e cerca de 60 profissionais da rede municipal de saúde.

O encontro encerrou a programação do Dia da Mulher Negra, Latino Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho. “Hoje é um dia de luta. Ser mulher negra nesta sociedade é ser resistente. É lutar todos os dias contra o racismo que nos assola”, enfatizou a coordenadora da Política de Saúde da População Negra, Rose Santos.

“O preconceito racial e de gênero deve ser combatido em todos os âmbitos, incluindo o institucional. E, neste enfrentamento, atuamos de forma integral”, relatou o secretário de Saúde, Jailson Correia, junto com a diretora do HMR, Isabela Coutinho.

Segundo informou a secretária da Mulher, Cida Pedrosa, este ano, 32 mulheres recifenses foram vítimas de feminicídio, sendo 30 destas, negras. “A mulher negra sofre duplamente, com o racismo e o machismo”, completou Isabela Coutinho.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos, Ana Rita Suassuna, a Prefeitura atua com um plano específico para o combate ao racismo institucional. “É um enfrentamento direto e necessário. Este evento é uma oportunidade também para refletir e discutir o racismo dentro das instituições”.

Palestras – Durante o evento, os participantes assistiram ainda a duas palestras. Mestre em Serviço Social e vice-coordenadora do Serviço Integrado de Saúde, da UFPE, Ângela Nascimento falou sobre “Violência contra as Mulheres Negras e seus Impactos em sua Vida e Saúde”. Na ocasião, além de dados estatísticos, ela apresentou casos de preconceito contra as mulheres negras, alguns graves ao ponto de terem sido denunciados na Organização das Nações Unidas. 

A outra conferência foi apresentada por Sandra Leite, coordenadora do Centro de Atenção à Mulher Vítima de Violência – Sony Santos, que funciona em um prédio anexo ao hospital. Ela apresentou o balanço de um ano de atividades do Centro e explicou o funcionamento do espaço, que oferece à vítima de agressão uma linha completa de cuidados – de atendimento multidisciplinar até o boletim de ocorrência e perícia do IML. O Centro funciona 24 horas por dia e atende mulheres de todo o Estado.