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Na tarde desta segunda-feira (25), o prefeito Geraldo Julio participou do ato de apresentação do Relatório final da Comissão Estadual de Memória e Verdade Dom Helder Câmara, que aconteceu nos jardins do Palácio do Campo das Princesas. Após quatro anos e meio de atividades, a Comissão tornou público o documento, que trata das violações dos Direitos Humanos praticadas em Pernambuco ou contra pernambucanos em outros territórios entre 1946 e 1988. O evento foi comandado pelo Governador Paulo Câmara, com a presença do presidente do colegiado, Fernando Coelho, demais membros da comissão, autoridades e militantes pernambucanos vítimas e familiares de vítimas da repressão.

"Esse é um trabalho importante para trazer luz para muitas injustiças que aconteceram. Tudo que aconteceu de violência nesse país, contra uma geração que lutou pela democracia. Essa geração legou para os que hoje estão vivendo nesse país, a Democracia. Hoje, os brasileiros podem fazer uso dessa Democracia para combater desigualdade, injustiça social, dar oportunidade para aqueles que precisam. Então, o dia de hoje é um dia marcante, que abre as portas da verdade, trazendo os fatos que foram apurados com muita competência pela Comissão da Memória e da Verdade e é importante que essas informações possam ser lidas e registradas, para que as próximas gerações saibam o que aconteceu no país, fatos vergonhosos que aconteceram no nosso país e que nunca mais deve se repetir", destacou o prefeito Geraldo Julio.

O relatório reúne mais de 70 mil documentos divididos em dois exemplares, frutos de cinco anos de trabalho, onde foram colhidos 157 depoimentos em 50 sessões públicas e 40 reservadas. O relatório tem o objetivo de estimular a construção de iniciativas que fortaleçam a Democracia. O documento expõe, ainda, as violações aos direitos humanos em Pernambuco nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; nos meios sociais urbanos, nos meios culturais e educacionais, nos meios de comunicação e no âmbito das religiões.

O governador Paulo Câmara também afirmou a importância do ato histórico: "Esse é um trabalho intenso, e hoje conseguimos ter esse relatório final, que está sendo entregue à sociedade pernambucana, tanto às e pessoas que tem competência para analisar, catalogar isso na história, como também toda a nova geração pernambucana, uma vez que vamos distribuir nas escolas estaduais, para que os jovens conheçam a história, a verdade, e saibam, de maneira definitiva, que qualquer regime de exceção, que não respeita a constituição ou a democracia é danoso ao país", afirmou.

Fernando Coelho, presidente da Comissão da Memória e Verdade Dom Helder Câmara, destacou que o documento é o maior trabalho e legado da Comissão para a população. “Não Pudemos esclarecer tudo aquilo que desejávamos, pois muitos crimes daquela época deixaram de ser elucidados pelo decurso do tempo, e pela forma como ocorreu a transição da ditadura para democracia do Brasil e outras dificuldades, como a morte de muitos personagens, mas cumprimos a honrosa missão que nos foi confiada, e acreditamos que estamos contribuindo para o fortalecimento das instituições democráticas do país”, declarou Coelho.