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| 26.05.15 - 16h12

Profissionais da rede de saúde do Recife são capacitados para o cuidado com os portadores de doença falciforme

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A capacitação foi promovida pela Política de Saúde da População Negra, da Secretaria de Saúde do Recife. (Foto: Antônio Tenório/ PCR)

Mais de 100 profissionais da Rede de Saúde do Recife - fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), da Academia da Cidade - tiveram a oportunidade de participar na tarde desta segunda-feira (25), do diálogo com o tema “A importância do cuidado multiprofissional às pessoas com Doença Falciforme”.

A representante do Movimento Nacional de Mulheres com Doença Falciforme na Região Nordeste, Lindacy Assis, a coordenadora Estadual da Saúde da População Negra, Miranete Arruda, o hematologista do Hemope, Aderson Araújo, estavam entre os participantes do diálogo que ocorreu no Dia da África. Mãe Graça Costa de Xangô fez uma saudação aos presentes com um recital que abordou o desconhecimento e os cuidados com a doença.

A capacitação promovida pela Política de Saúde da População Negra, da Secretaria de Saúde do Recife foi aberta pelo secretário Jailson Correia que chamou a rede de saúde ao desafio de avançar no cuidado com a saúde da população negra. “Recife se orgulha de ter uma política de saúde para população negra, pioneira no país, mas além da formação de uma equipe multidisciplinar temos um desafio ainda maior, que é o de quebrar o preconceito”, salientou o secretário. Representando a Secretaria Municipal da Mulher, Maria da Conceição, também reforçou o pioneirismo do Recife na implantação de políticas para essa população.

Lindacy Assis, que também é portadora da doença, avaliou o encontro como uma importante contribuição para fortalecer os cuidados, trazendo um olhar diferenciado, especialmente com as pessoas que tem a doença falciforme. O hematologista do Hemope, Aderson Araújo, abordou aspectos da doença, como os epidemiológicos e fisiopatológicos. “Vale destacar que não é uma doença exclusiva de negros. Em Pernambuco, 4% da população tem traço falciforme”, informou. O hematologista falou sobre diagnóstico, consequências da doença e tratamento.

Sony Santos, coordenadora da Política de Saúde da População Negra, afirmou que no Recife, a linha de cuidado vem sendo ampliada com a sensibilização e capacitação dos profissionais para identificar a doença. Já foram capacitados os profissionais que realizam pré-natais e de saúde bucal.

“Duas unidades do Recife são referência para diagnóstico da doença falciforme - Lessa de Andrade e Albert Sabin com a realização de cromatografia da hemoglobina -, além das três maternidades municipais que realizam o teste do pezinho no 3º dia de vida do recém-nascido”, disse Sony Santos. A coleta sanguínea pode ser feita em qualquer unidade de saúde da Prefeitura do Recife, que encaminha a amostra para o Laboratório Municipal Julião Paulo, no bairro de Santo Amaro.