Prefeitura do Recife promove mobilização relativa ao Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trânsito
Para marcar a data, a partir do domingo (16), painéis informativos e blitz educativa estarão nas ruas, como forma de conscientizar a população - especialmente para o respeito ao limite de velocidade, cujo descumprimento ainda é a maior causa de sinistros
A Prefeitura do Recife, por meio da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), em parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global (BIGRS), anuncia uma série de ações a partir do dia, 16 de novembro de 2025, em alusão ao Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trânsito. A capital pernambucana adere à data pelo sexto ano consecutivo, reafirmando sua meta de Visão Zero: eliminar mortes e lesões graves no trânsito da cidade.
Para transformar essa realidade em ação de prevenção e alertar a população, a CTTU promoverá uma blitz educativa, no próximo dia 17 de novembro, com foco na prevenção de sinistros de trânsito, direcionada especialmente aos motociclistas, um dos grupos mais vulneráveis. Paralelamente, já no dia 16 de novembro, painéis informativos e de reflexão serão instalados em pontos estratégicos de alta visibilidade, como o Viaduto Capitão Temudo e a Passarela do Cabanga, para lembrar à comunidade sobre as 149 vidas perdidas no ano e a necessidade do respeito ao limite de velocidade.
Dados preliminares da CTTU referentes a 2024 apontam 149 pessoas que perderam a vida em sinistros de trânsito. Embora esse número represente um aumento de 3,5% em relação a 2023, a cidade demonstra uma desaceleração da violência viária - uma vez que, entre 2022 e 2023, o crescimento foi de 37%. Isso indica que as intervenções de segurança viária adotadas estão no caminho certo para reverter a curva de crescimento das fatalidades.
A presidente da CTTU, Taciana Ferreira, destaca que as vidas perdidas no trânsito devem ser lembradas para que essas lesões não se repitam: "A Visão Zero é o nosso horizonte e, por isso, a perda de qualquer vida no trânsito é inaceitável. Embora lamentemos profundamente cada uma das 149 vítimas de 2024, os dados indicam que estamos conseguindo conter a curva de crescimento da violência viária na cidade, expressando que nossas intervenções de segurança e o redesenho urbano estão no caminho certo. No Dia Mundial em Memória às Vítimas, reforçamos que a responsabilidade é coletiva: precisamos do engajamento de cada cidadão para respeitar os limites, pois o excesso de velocidade continua sendo o nosso maior desafio”, explica.
A análise detalhada do perfil das vítimas em 2024 aponta para a alta vulnerabilidade de usuários de motos e de quem anda a pé: 42% das 149 mortes foram de motociclistas e 40% foram de pedestres. O perfil sociodemográfico revela ainda que 87% das vítimas fatais são homens, e jovens entre 20 e 29 anos representam 33% de todas as mortes no trânsito da cidade, reforçando a necessidade de ações direcionadas a esses grupos prioritários, como a campanha “Desacelera, vai na boa” veiculada entre Setembro e Outubro deste ano. O vídeo da campanha retrata a história de Labone Cabral, atleta paralímpico que perdeu uma perna em um sinistro de trânsito de motocicleta relacionado ao excesso de velocidade. (Acesso: https://www.youtube.com/watch?v=rONxYLYFjHA)
Neste contexto, o combate ao excesso de velocidade se torna o foco central das campanhas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o excesso de velocidade é o principal fator de risco, sendo responsável por mais de 50% das mortes no trânsito em países em desenvolvimento. A diferença de poucos quilômetros por hora é crucial: dados da Iniciativa Global de Desenho de Cidades (GDCI, na sigla em inglês), também parceira da Iniciativa Bloomberg, demonstram que, ao reduzir a velocidade de um veículo de 50 km/h para 30 km/h no impacto, a probabilidade de um pedestre sobreviver aumenta dramaticamente, passando de cerca de 20% para 90%. Esses números mostram o poder que a velocidade tem de transformar um sinistro em uma tragédia fatal.
A abordagem da CTTU, alinhada às melhores práticas internacionais da GDCI, foca não apenas na fiscalização, mas no redesenho da infraestrutura para encorajar o autocumprimento dos limites. Isso inclui estratégias como o redimensionamento de vias, utilizando elementos físicos como o estreitamento de faixas e a inserção de travessias elevadas, que reduzem a velocidade percebida e a velocidade máxima de conforto para os motoristas. Essa metodologia integral visa transformar o ambiente viário para criar ruas mais seguras, mais saudáveis e habitáveis, que beneficiam a todos.