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Cultura | 25.05.17 - 12h32

Orquestra Sinfônica do Recife encanta público em terceiro concerto oficial da temporada 2017

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O concerto, aberto ao público, fez uma homenagem ao padre José Maurício Nunes Garcia. O repertório contou ainda com Mozart e com a marcha nupcial do compositor alemão Mendelssohn (Foto: Lu Streithorst/PCR)

 

As idades eram distintas, mas os olhares atentos a todos os movimentos do maestro Marlos Nobre e dos músicos da Orquestra Sinfônica do Recife eram iguais. Crianças, jovens, adultos e idosos ficaram encantados com a terceira apresentação da OSR, que aconteceu ontem (24), no Teatro de Santa Isabel, equipamento cultural da Prefeitura do Recife. O concerto, aberto ao público e gratuito, foi prestigiado pela secretária de Cultura, Leda Alves.

Na fila para entrar no teatro, a técnica de segurança do trabalho, Claudiana de Sena, 42 anos, mal podia conter a ansiedade. "Só vi o teatro pela televisão e sempre tive curiosidade para conhecer e assistir a um concerto. Gosto muito de música”, confessou.

Pondo fim à ansiedade de Claudiana, a Orquestra Sinfônica do Recife, a mais antiga em atividade ininterrupta do país, começou o espetáculo homenageando os 250 anos de nascimento do padre José Maurício. A peça escolhida foi Abertura em Ré. Segundo o maestro Marlos Nobre, o padre foi o compositor mais importante do período colonial brasileiro. “Descendente de escravos, nasceu pobre, mas recebeu uma educação sólida, tanto na música, como em letras e humanidades. Optou pela carreira na igreja por devoção, mas suas elevadas qualificações artísticas e intelectuais se revelaram cedo”, explicou o maestro.

Na segunda peça da noite, o romantismo tomou conta do teatro com a execução da Marcha Nupcial (nº 9 de Sonhos de uma Noite de Verão, Opus 61), do compositor Felix Mendelssohn. De acordo com o Maestro Marlos Nobre, é a peça mais conhecida do mundo e foi tocada para homenagear os casados da plateia e os que ainda iriam se casar. “Se o compositor fosse vivo, seria o homem mais rico do mundo. Por ironia do destino, ele morreu pobre”, disse.

Após o intervalo, a Orquestra Sinfônica do Recife executou a Sinfonia nº 40 em sol menor, k.550 em quatro movimentos, composta em 1788, pelo célebre compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart. O maestro fez questão de visar ao público que a sinfonia, “uma das 41 escritas pelo autor”, produz bem estar cerebral. “É curioso que os compositores só escreviam para a corte e Mozart foi o primeiro a se rebelar contra isso”, finalizou.

Acompanhada do marido, o economista Felipe Rocha, 34 anos, a empresária Cecilia Jacome, também 34 anos, assistiu a um concerto Orquestra Sinfônica do Recife pela quarta vez na noite de ontem. "Procuro sempre assistir aos concertos. É uma programação diferente, interessante e como nunca temos acesso a música erudita precisamos aproveitar. É uma aula de cultura", enfatizou.

A estudante de direito, Brenda Louisie, 19 anos, assistiu o concerto também pela quarta vez. "A escolha do repertório sempre me agrada. A orquestra executa de maneira maravilhosa. Gosto do local, da organização e da competência dos músicos. Sempre me emociono”, disse a estudante, que levou dois amigos.

O paulista Farley Oliveira, 28 anos, em visita ao Recife pela primeira vez, ficou encantando. "A cidade é maravilhosa! Quando soube que tinha  um concerto de uma orquestra gratuito, quis conhecer. Já tinha ouvido falar no teatro", disse.

“Esses concertos gratuitos nunca podem acabar, porque isso é cultura de verdade", enfatizou a costureira Nadja Vogeley, 52 anos, defendendo que é preciso entender de música erudita para se emocionar com um concerto.

No caso da aposentada Francisca Vogeley, 72 anos, a emoção foi em dobro. Depois de 20 anos sem ir ao Santa Isabel, ela voltou ao teatro com o filho, a nora e os netos para resgatar uma parte da história da família. "Hoje vim recordar minha infância, meu pai era afinador do Santa Isabel na década de 60. Música faz bem, renova. Estou muito emocionada”.

O próximo concerto da Orquestra Sinfônica do Recife acontece no dia 21 de junho, às 20h.