Maria da Penha vai à Escola amplia sua atuação na rede municipal de ensino
A partir de agosto, os alunos do 6° ao 9° ano e do EJA serão beneficiados pelas oficinas de igualdade de gênero
Na semana em que se comemoram os 11 anos da Lei Maria da Penha, a Secretaria da Mulher do Recife anuncia a ampliação do programa Maria da Penha vai à Escola, criado com a intenção de promover relações de igualdade entre meninos e meninas no ambiente escolar. Agora, os alunos do 6° ao 9° ano e do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) da rede municipal também serão beneficiados pelas oficinas promovidas pelo programa. Nesta terça, durante encontro de gestores no Centro de Formação de Educadores Paulo Freire, mais 50 escolas aderiram ao projeto, que já contava com a participação de 157 unidades de ensino.
Durante o evento, a secretária Cida Pedrosa anunciou novas ferramentas pedagógicas que serão usadas para incrementar o programa, como os jogos digitais. O edital do concurso para criação de jogos para tablets e smartphones com a temática da igualdade entre meninos e meninas já foi lançado no último sábado (5). “Queremos dar mais visibilidade ao programa para fortalecer a luta pela igualdade de gênero. É absolutamente impossível construir um mundo em feliz enquanto existirem mulheres sendo vítimas de violência por causa do machismo”, afirmou Cida Pedrosa. No Brasil, são assassinadas 13 mulheres por dia. É o quinto país no ranking mundial da violência de gênero.
Uma das bandeiras do programa, a educação não sexista e inclusiva, é encarada como fundamental para a construção de um mundo mais justo, segundo a teóloga e ativista da Rede de Mulheres Negras, Lílian da Silva. “É preciso valorizar as diferenças sempre, mas elas não podem ser usadas para legitimar as desigualdades”, lembrou, durante o evento. “Nosso papel, como educadores, é assegurar que o respeito seja ofertado a todas as pessoas.”
Lançado em 2013 apenas como uma campanha de prevenção contra a violência de gênero, o Programa Maria da Penha vai à Escola elevou-se à categoria de ação em 2014, sendo implementado por decreto (n° 28.980) em 2015. De lá para cá, já beneficiou mais de sete mil alunos. Recentemente, foi apresentado no congresso internacional Fazendo Gênero, em Florianópolis.