Últimos dias do 19º Festival Recife do Teatro Nacional
Neste fim de semana, o 19º Festival Recife do Teatro Nacional entra na reta final de sua programação, com uma diversificada e expressiva oferta de espetáculos locais e nacionais. Para públicos diversos e a preços populares, oito peças serão encenadas em diferentes equipamentos culturais da cidade, de hoje (24) até domingo (26), numa realização da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife.
Na programação desta noite, um elenco todo pernambucano promete emoção e informação histórica para o público. A partir das 19h, o espetáculo Histórias Bordadas em Mim, de Agrinez Melo, vai costurar com a linha forte da alegria, do amor e da saudade acontecimentos da vida real e cotidiana, no palco do Teatro Apolo. A partir das 20h, a Igreja de Santa Teresa D´Ávila, que fica ao lado da Basílica do Carmo, recebe o espetáculo Suplício de Frei Caneca, de Cláudio Aguiar, com encenação de José Francisco Filho, uma grandiosa celebração aos 200 anos da Revolução de 1817.
Amanhã (25), o grupo cearense Pavilhão Magnólia, do Ceará, leva seu Ogroleto para o Teatro Barreto Júnior, a partir das 16h30. Inédito no Nordeste, o espetáculo infantil da autora canadense Suzane Lebeau trata de medos, dúvidas e diferenças. Mais tarde, às 19h, Mucurana, do pernambucano Coletivo Construtores de História, será apresentado no Teatro Hermilo Borba Filho. Baseado num conto do autor que batiza o teatro, o espetáculo trata da opressão social e monetária que a tantos esmaga. Às 20h, o Grupo Magiluth encena, no Teatro Luiz Mendonça, o espetáculo Dinamarca, que encastela o texto de Shakespeare numa festa de casamento de endinheirados.
No domingo (26), último dia de festival, a programação será todo de montagens inéditas e de fora do estado. Às 16h, o Teatro Apolo recebe o Grupo Bricoleiros, do Ceará, que estreia na Recife o espetáculo Criaturas de Papel, que usa o encanto do teatro de marionetes para falar de encontros e partidas.
Mais tarde, o paulista Fause Haten encerra a programação do 19º Festival Recife do Teatro Nacional com o musical Lili Marlene, no Teatro de Santa Isabel.
QUARTO DIA – Na noite de ontem, dois espetáculos foram apresentados, no Teatro Hermilo e no Barreto Júnior, respectivamente: uma montagem baiana de Brecht, Os Fuzis da Senhora Carrar, do Teatro Popular de Ilhéus, e Um Minuto para Dizer que te Amo, do grupo pernambucano Matraca de Teatro.
“Sempre prestigio o festival. Acho fundamental para o Recife e para os recifenses. Uma forma de conhecermos melhor nossa produção cênica, grupos e autores”, disse o funcionário público Kleber Moura, enquanto a Senhora Carrar não apresentava suas armas aos recifenses.
“Essa programação é maravilhosa! Não perco de jeito nenhum. Dessa vez, trouxe até minha mãe para ver. Temos uma amiga baiana no elenco”, disse Erika Suruagi,também na fila do Hermilo.
De passagem pela cidade, o ator baiano Ericleide Batista, fez questão de ir ao Barreto Júnior prestigiar o festival. “A cena recifense é muito necessária. Sempre que venho à cidade, procuro ver alguma coisa”, disse.
Também ator, Ivaldo Cunha Filho celebrou o festival em todas as perspectivas: de cima do palco e da plateia. “É trabalho para os atores e conteúdo para o público a preços acessíveis”, comemorou. “Esse festival não é importante. Ele é necessário!”
Confira a programação completa do festival:
PROGRAMAÇÃO 19º FESTIVAL RECIFE DO TEATRO NACIONAL
- Dia 24
O Peru do Cão Coxo – Do Galpão das Artes de Limoeiro (PE), às 15h, no Compaz Ariano Suassuna
Na trama, a preguiça é descortinada em um picadeiro de intrigas no Sertão de Taperoá, quando um poeta e sua esposa são alvo de uma dupla de trapaceiros, Aderaldo Catacão e Clarabela. Indicado para maiores de 13 anos
Histórias Bordadas em Mim - De Agrinez Melo (PE), às 19h, no Teatro Apolo
Uma atriz, um baú, uma borboleta e uma conversa protagonizam o espetáculo, que costura acontecimentos da vida real e cotidiana com a linha forte da alegria, do amor, da dor, morte, vida e saudade. Classificação Livre
Suplício de Frei Caneca – De José Francisco Filho (PE), às 20h, na Igreja de Santa Teresa D´Ávila ao lado da Basílica do Carmo
Oratório dramático de Cláudio Aguiar, com encenação de José Francisco Filho, o espetáculo comemora os 200 anos da Revolução de 1817 e a Confederação do Equador, abordando desde o período de ordenação até a execução de Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca. Indicado para maiores de 14 anos
- Dia 25
Ogroleto – Do Grupo Pavilhão Magnólia (CE), às 16h30, no Teatro Barreto Júnior
A peça da autora canadense Suzane Lebeau, até então inédita no Nordeste brasileiro, trata de temas muito presentes na infância contemporânea, como: medos, dúvidas e diferenças. Indicado para crianças a partir de 7anos
Mucurana, o Peixe – Do Coletivo Construtores de Histórias (PE), às 19h, no Teatro Hermilo Borba Filho
Para além da vida do protagonista Mucurana, o espetáculo revela a existência de um sistema político e suas consequências boas e más, que interferem na vida de cada um de nós. Apresenta um retrato da ainda hoje atuante da família oligárquica, cheia de privilégios e soberba, que explora a terra e a força de trabalho e ainda se locupleta das oportunidades do estado. Indicado para maiores de 14 anos
Dinamarca – Do Grupo Magiluth (PE), às 20h, no Teatro Luiz Mendonça
O espetáculo fala sobre coisas simples como um beijo que devora, uma morte, um golpe de sorte. Coisas que acontecem o tempo todo na vida. Indicado para maiores de 16 anos
- Dia 26
Criaturas de Papel – Do Grupo Bricoleiros (CE), às 16h, no Teatro Apolo
O espetáculo fala de encontros e partidas e de habitar um espaço enquanto força fundamental do pulso de existir e vínculos constitutivos do percurso de viver. Papéis brancos ganham formas geométricas e são transmutados em figuras cênicas que ganham vida. Indicado para crianças a partir de 10 anos
Lili Marlene, Um Musical – De Fause Haten (SP), às 20h, no Teatro de Santa Isabel
O espetáculo é um musical pop punk. O Lili, como gostava de ser chamado, é o neto de Marlene, uma atriz hollywoodiana dos anos 30. Rejeitado pelo pai na infância, foge de sua casa em Berlim e depois de alguns anos começa a fazer sucesso em Paris, dublando sua avó, sem que ninguém soubesse do seu parentesco. Aos 30 se tornou sacerdote de uma religião quando morava nos Estados Unidos. Anos mais tarde, já afastado da igreja, ele faz um relato de sua saga. Indicado para maiores de 14 anos