Simpósio ensina pais e educadores a identificar crianças com altas habilidades
Cerca de 400 educadores, pais e estudantes participaram do 1º Encontro de Estudantes com Altas Habilidades de Pernambuco e do 1º Simpósio sobre Altas Habilidades do Recife, realizado pela Secretaria de Educação do Recife nesta quinta-feira (17), no Centro de Formação de Educadores Professor Paulo Freire, na Madalena. No primeiro dia do evento, os participantes assistiram a palestras com a presidente do Conselho Brasileiro de Superdotação (Conbrasd), Susana Pérez, e com a doutora e professora da Universidade de Brasília (UNB), Ângela Virgolim, especialista em Psicologia da Superdotação.
A programação do encontro continua nesta sexta (18), das 8h às 17h, com mais palestras e minicursos para pais e professores, além de ampla programação para os estudantes: oficinas de biodança, contação de história, raciocínio lógico e robótica educativa, além de mostras de caricatura, desenho, pintura, escultura, vídeo e arte digital. Com o tema "Valorizando as Inteligências para a Vida", a ação faz parte das formações para os educadores do Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Mais conhecidos como superdotados, os estudantes com altas habilidades têm mais facilidade e rapidez no aprendizado, alto grau de criatividade e excelente capacidade de analisar e resolver problemas. Durante o simpósio, as palestrantes Susana Pérez e Ângela Virgolim explicaram como os docentes e familiares podem identificar esses estudantes para poder encaminhá-los aos Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação para que sejam orientados de maneira correta.
Susana Pérez, presidente da Conbrasd, afirmou que é necessário perceber o quanto antes as altas habilidades para evitar que os jovens façam mau uso da inteligência. "Alguns estudantes com altas habilidades não são orientados corretamente e terminam se encaminhando para o mundo do crime, como venho percebendo com o passar dos anos, pois muitos dos principais criminosos possuem superdotação", observou.
Professora da UNB e doutora em Psicologia da Superdotação, Ângela Virgolim argumentou que as formações e debates ampliam o interesse do mundo acadêmico no assunto. "O tema ainda é pouco trabalhado nas universidades e não existem pós-graduações disponíveis sobre isso. Precisamos mobilizar e aumentar a oferta de debates como este para que os alunos sejam devidamente identificados e orientados".
O secretário-executivo de Gestão Pedagógica da Secretaria de Educação do Recife, Rogério Morais, salientou que eventos como o simpósio melhoram a qualidade do atendimento dos alunos da Rede Municipal do Recife. "Estamos qualificando nosso educadores para que eles reconheçam esses jovens e possam dar um ensino direcionado a essas habilidades diferenciadas. Esse encontro é importante para reforçar a nossa vanguarda no atendimento dos estudantes com altas habilidades".
Fabiana Nogueira da Silva, mãe da aluna Sophia, de 7 anos, relatou que o atendimento no Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAHS) do Recife é muito importante para o desenvolvimento educacional da filha. " Desde os 2 anos ela já apresentava postura diferente para o contexto de uma criança da sua idade. Quando identificamos as habilidades de Sophia, fomos encaminhados para o núcleo e lá minha filha alcançou um grande avanço na sua educação", contou a mãe.
ATENDIMENTO - O Núcleo de Altas Habilidades do Recife existe desde 2006 e é o único do Estado, fazendo parte da Divisão de Educação Especial da Secretaria de Educação do Recife. Os estudantes são matriculados no ensino regular e, no contraturno, participam do atendimento educacional especializado no NAAHS, uma vez na semana. O trabalho é organizado em grupos de interesse, como raciocínio lógico, desenho, comunicação, leitura e robótica educativa.
Quem tem crianças e adolescentes com altas habilidades/superdotação na família deve entrar em contato com o NAAHS pelo telefone 3355-6904, para marcação de uma avaliação diagnóstica do estudante. O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O núcleo funciona na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), na Estrada do Arraial, nº 4.744, bairro de Casa Amarela, e atende atualmente 78 estudantes, com idades entre 3 e 16 anos, da Rede Municipal de Ensino e da população em geral.