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Mulher | 31.07.12 - 13h30

Com 107 anos, Ialorixá Dona Biliu é homenageada pela Secretaria Especial da Mulher

Com 107 anos, Dona Biliu foi homenageada por intermédio de sua filha, Edite Silva. Foto: Ivanildo Francisco

Na manhã desta terça-feira (31), a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria Especial da Mulher, entregou uma placa em reconhecimento a ialorixá (mãe de santo) Dona Biliu, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado no último dia 25. Com 107 anos, ela foi homenageada através de sua filha, Edite Silva, pois atualmente a centenária se encontra internada em um hospital. A entrega foi realizada na casa da ialorixá, no bairro da Mustardinha.
 
A iniciativa reforça o compromisso da gestão municipal com as mulheres negras que resistem no cenário cultural da cidade. “Dona Biliu é uma referência para as mulheres negras do estado por resistir a tanta diversidade social e cultural durante muito tempo, mostrando que a nossa luta é grande, mas é possível. Ser de candomblé na cidade não é fácil porque a repressão vem de muito tempo e apesar de viver em uma comunidade de grandes igrejas e templos, as pessoas sempre a respeitaram”, explicou a gerente da Secretaria Especial da Mulher, Alzenide Simões.
 
Edite Silva reconheceu e comentou o mérito da irmã Biliu. “Acho uma homenagem justa ao trabalho que ela desenvolveu e a representação nos terreiros de candomblé. Ela sempre respeitou o espaço do outro e acolheu, inclusive dentro da sua própria casa, várias pessoas que precisavam de ajuda”.
 
As atividades em comemoração ao Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha serão encerradas na manhã desta quarta-feira (1), com a entrega da placa que homenageará, no auge dos seus 105 anos, a carnavalesca Dona Maria Luiza.

Marco - O Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha assinala a realização do 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, que aconteceu na República Dominicana, em 1992. Desde então, vários setores da sociedade atuam para consolidar e dar visibilidade a esta data, por conta da condição de opressão de gênero, raça e etnia vivida por essas mulheres.