NOTÍCIAS

Mulher | 03.07.14 - 16h03

As recifenses do Baque Mulher trocam experiências com o Bloco Malagasky, de Madagascar

Intercâmbio tem como objetivo empoderamento dos dois grupos, que trabalham com mulheres de bairros pobres

A Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria da Mulher, irá promover, no dia 5 de julho, às 19h, um intercâmbio de conhecimentos e experiências entre os grupos de percussão Baque Mulher, do Recife, e o Bloco Malagasky, da Ilha de Madagascar, na África. O encontro será na sede do Maracatu Nação Porto Rico, na comunidade do Bode, no bairro do Pina. Ambos são resultados de projetos sociais que visam o empoderamento de meninas e mulheres nos locais onde moram.

O Malagasky é composto apenas por jovens mulheres provenientes dos bairros mais desfavorecidos do sul de Madagascar. O grupo, influenciado pelo estilo brasileiro “samba reggae”, desenvolveu seu próprio estilo, fundindo ritmos brasileiros com os tradicionais do sul de Madagascar, como o tsapike ou kilalake. Aliado à arte, também são desenvolvidos, pela ONG Bel Velnir, projetos sociais com as meninas que estão em situação de vulnerabilidade. A turnê do Malagasky tem início no dia 4 de julho e abrangerá mais três cidades do país.

Segundo a secretária da Mulher do Recife, Sílvia Cordeiro, a ideia do intercâmbio surgiu devido a possibilidade de promover uma troca de experiências entre as recifenses e as malgaxas. “Sabemos que elas também desenvolvem projetos sociais lá na Ilha, assim como Joana D´arc, a mestra do Baque, realiza com as meninas. Essa é uma chance de empoderá-las mais ainda, de saberem que podem ir mais longe”, disse. Joana D´arc é coordenadora do Baque Mulher, um grupo de percussão que trabalha com 70 meninas da comunidade do Bode e arredores. Também é a única mulher a coordenar e apitar o batuque de uma nação de maracatu de baque virado, a Nação Encanto do Pina.

Desde 2008, Joana realiza oficinas de confecção de instrumentos, percussão e dança para meninas de todas as idades. “Sempre fiz trabalhos ligados a jovens e vi que o meu bairro precisava de muito trabalho social por ser carente demais. Aí, comecei a trabalhar com meninas para evitar que elas se envolvessem com prostituição ou engravidassem precocemente”, relata. Em relação ao intercâmbio, a batuqueira acredita que será uma excelente oportunidade. “Acho que esse encontro vai ser muito legal, porque poderemos conhecer o trabalho que elas desenvolvem. A ideia é passar também para elas o que sabemos e fazemos por aqui. As mulheres se unindo conseguem ultrapassar trancos e barrancos e vencer. E isso não é só aqui no Brasil, tem que ser no mundo inteiro”, finalizou.

Serviço:
Intercâmbio Baque Mulher e Bloco Malagasky
Sábado (5), às 19h
Sede do Maracatu Nação Porto Rico
Rua Eurico Vitrúvio, 483 – Pina