Estudantes do 5° ano do colégio municipal Alda Romeu apresentam peça de teatro sobre a Lei Maria de Penha
Estudantes do 5° ano da escola municipal Alda Romeu, no bairro da Água Fria, apresentaram uma peça de teatro, na última terça-feira (12), sobre igualdade de gênero e aplicação da Lei Maria da Penha. No evento, a coordenadora da ação Maria da Penha vai à Escola: Construindo a Igualdade, Socorro Bento, apresentou os principais dados do projeto que já beneficiou 16 unidades escolares, em sua primeira etapa. A peça foi o resultado das oficinas lúdico-pedagógicas realizadas no colégio. O Maria da Penha é promovido pela Secretaria da Mulher do Recife em parceria com a Educação.
Nesta primeira etapa, mais de 800 alunos foram beneficiados com oficinas e contação de histórias sobre relações de gênero, fim do preconceito e a aplicação da Lei Maria da Penha. Em cada local de ensino, foram realizados três encontros com educadoras sociais. O Maria da Penha vai à Escola foi lançado no mês de maio e realizou 48 oficinas nas unidades escolares. Em cada local de ensino, houve uma atividade resultante do que foi aprendido: cordel, teatro, livro, desenho, vídeo e música. Até o final de dezembro, serão 67 colégios que participarão do projeto.
Na peça, o estudante Nalberthy da Silva, de 10 anos, representou um homem bêbado que agredia a companheira. "Eu achei muito importante essa peça. Entendi como a Lei Maria da Penha é muito importante e que os homens não devem bater em uma mulher. E também aprendi que não posso fazer isso com as minhas colegas". Nalberthy, nas oficinas, também aprendeu conceitos sobre racismo e inclusão social. "Minha 'tia´ também disse que eu tenho que respeitar o direito do colega deficiente assim como ele respeita o meu", completou.
Já Nicole dos Santos, de 10 anos, foi, na apresentação teatral, a delegada que recebia a vítima de violência na delegacia. Segundo a aluna, o vídeo passado sobre a Lei, durante as oficinas, lhe chamou a atenção. "Eu vi o vídeo que elas passaram na sala. Vi que homem não tinha que bater em mulher e, quando isso acontecer, tenho que avisar a polícia", finalizou.
Para a diretora do Alda Romeu, Geórgia de Melo, o projeto atende as expectativas e auxilia na diminuição da violência no bairro de Àgua Fria. "A violência doméstica está presente no bairro. Os alunos expõem este tipo de problema como algo normal, do cotidiano. Precisamos mudar esta realidade. Com o projeto, os meninos e meninas começaram a aprender que a violência não é só aquela entre os pais. Perceberam que não é só bater. É abusar, rir do colega", completou.