Modelo de Atenção às Pessoas com Doença Falciforme do Recife representará o Brasil na França
O evento será realizado no Palácio da UNESCO, em Paris, no próximo dia 21
Por Tádzio Estevam
As  ações desenvolvidas pela Secretaria de Saúde do Recife com relação à  população negra na doença falciforme cruzarão o oceano para representar o  Brasil durante o 3º Dia Mundial da Doença Falciforme a ser realizado no  Palácio da Unesco em Paris (França) no próximo dia 21. O Ministério da  Saúde apresentará a Política de Atenção Integral às Pessoas com Doença  Falciforme, criada em 2005, cujo modelo foi instituído em experiências  locais sendo o Recife uma das referências nacionais. 
A  representante brasileira no evento é a coordenadora da política de  Atenção às Pessoas com Doença Falciforme da PCR, Miranete Arruda. “A  importância desse evento para o Brasil será a divulgação de informações  sobre essa doença e o que esta sendo feito no Sistema Único de Saúde  para portadores da anemia falciforme”, declara. Além de levar a  experiência exitosa do programa recifense, Arruda foi convidada para  proferir uma palestra cujo tema será “A Doença Falciforme em uma  Sociedade Multiétnica: O Exemplo do Brasil”. “Os indígenas, portugueses e africanos, são matrizes da nossa miscigenação”, informou. 
Assim  como o Brasil, outros países também participarão do evento apresentando  e discutindo suas políticas nacionais. Haverá uma extensa programação  com uma manifestação no Senado de Paris no dia 18, como parte das  celebrações para divulgação sobre a Doença Falciforme, e visitas a  serviços especializados em transplantes de Células Tronco em Doença  Falciforme e ao hospital da Universidade de Paris, campus Diderot.
De  acordo com o Ministério da Saúde, a indicação da coordenadora recifense  para representar o país se deu pela contribuição na capacitação de  profissionais do SUS, atuação no Grupo de Assessoramento Técnico em  Doenças Falciformes e Outras Hemoglobinopatias do Ministério da Saúde,  além da colaboração na capacitação de profissionais do continente  africano dentro da cooperação internacional, que o país desenvolve junto  aos países do continente africano.
Saiba mais –  A doença falciforme é a doença genética mais frequente no Brasil. Ela  decorre de uma modificação dos glóbulos vermelhos que pode causar  obstruções dos vasos sanguíneos, que geram dores de intensidade  variáveis e lesões em órgãos, músculos e juntas.
Os principais  sintomas são palidez e icterícia (amarelado na parte branca do olho).  Pode causar úlceras nas pernas e maior propensão a infecções. A doença  falciforme não tem cura, mas tratamento. Quem sofre com a enfermidade  pode ter uma vida normal, desde que seja feito diagnóstico precoce (o  teste do pezinho nos recém-nascidos), a realização do exame no pré-natal  e cuidados de promoção e prevenção. Exames e orientação sobre a doença  estão disponíveis gratuitamente na Rede Municipal de Saúde.