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Cultura | 23.12.14 - 15h36

Fórum: Profissionais de saúde discutem boas práticas no acolhimento a gestantes

O evento teve como proposta reunir profissionais das maternidades municipais, bem como atores envolvidos no processo do parto, além de participantes da sociedade civil. (Foto: Irandi Souza/PCR)

Profissionais do pré-natal da Rede de Atenção Básica do Recife participaram, na manhã desta segunda-feira (22), de discussões que visam o fortalecimento das práticas para humanização do parto. “Humanização na Assistência ao Parto: Boas Práticas” foi o tema abordado no II Fórum Perinatal da Cidade do Recife, realizado no Auditório Capiba, no edifício sede da Prefeitura do Recife. O evento teve como proposta reunir profissionais das maternidades municipais, bem como atores envolvidos no processo do parto, além de participantes da sociedade civil.

“Cada parte envolvida no processo de humanização é fundamental para que a adoção dessa prática traga resultados benéficos para a gestante e seu”, avaliou a coordenadora da Política da Mulher em Recife, Ana Karla Mattos. “As doulas voluntárias, por exemplo, são grandes parceiras nesse procedimento e devem participar ativamente dessas discussões”, acrescentou.

“O resgate do parto como um evento natural e a mudança do paradigma de como o individuo vê o nascimento de um bebê é o destaque desse nosso debate”, ressaltou a doutora em ginecologia obstetrícia, coordenadora do Setor Aconchego e da UTI Obstetrícia do Imip, Leila Katz. Durante a apresentação da temática sobre “Assistência ao Parto Baseada em Evidências”, Leila expôs como foi que o parto natural industrializou e reforçou a importância que as mulheres têm no direito de fazer suas escolhas. “A mulher deve ser protagonista na hora do parto”, enfatizou.

“O parto é muito medicalizado, valorizando intervenções hospitalares muitas vezes sem necessidade. Há uma hipervalorização dos problemas e da dor no parto vaginal”, informou Leila. Situações de partos cesarianas que geram desconfortos para as mulheres também foram pontuadas, tais como: a falta de privacidade, limitação de posição, limitação de companhia, um monte de aparato desnecessário, a mulher como um paciente e o afastamento da mãe do recém nascido após o nascimento, além da falta de contato direto do pai com o bebê.

Para a secretária executiva de Atenção Básica, Cláudia Miranda, o parto deve acontecer na melhor condição e estrutura para que a mulher se sinta confortável. “A mulher precisa buscar essa autonomia, o poder de decisão, pensando desde a primeira hora do nascimento, onde há um vínculo estabelecido da mãe junto ao filho”, disse. Ela destacou que o Recife conta com 73% de partos vaginais e falou que a finalidade é garantir o melhor atendimento na rede e facilitar o acesso das gestantes. .

Capacitação - “As enfermeiras que participaram do último processo de seleção simplificada estão em treinamento e capacitação para iniciarem esse processo nas maternidades da rede municipal”, informou Cláudia. Ela destacou a abertura de processo de seleção simplificada, previsto para o primeiro semestre de 2015, onde serão selecionadas mais 30 enfermeiras obstetras que vão trabalhar nas três maternidades dentro dessa proposta.