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Até sábado (23), o Festival reunirá nomes importantes da literatura nacional e internacional, no Museu da Cidade do Recife.

Uma leitura dramática de “A Paixão Segundo GH”, de Clarice Lispector, adaptada e dirigida pelo dramaturgo pernambucano Newton Moreno, é a grande atração da noite de abertura do 12º Festival Recifense de Literatura A Letra e A Voz, nesta quarta (20), no Museu da Cidade do Recife, no Forte das Cinco Pontas. A programação do evento, que vai até sábado (23), tem início, às 19h, com a mesa “E, finalmente, meu amor, sucumbi”, com os escritores Lourival Holanda e Cíntia Moscovitch, que irão debater os 50 anos do romance de Clarice Lispector.

A pedido do curador Schneider Carpeggiani, o dramaturgo Newton Moreno (“Memória da Cana”, “Assombrações do Recife Velho”, “Agreste”) preparou a adaptação de “A Paixão Segundo GH” especialmente para a ocasião. O texto será encenado, às 20h30, pela atriz pernambucana Luciana Lyra, que já trabalhou com ele em “Memória da Cana”, “Assombrações do Recife Velho”.

Pela primeira vez, o festival irá homenagear não uma personalidade, e sim, uma obra de grande relevância para a literatura brasileira. Lançado em 1964, ano do Golpe Militar, “A Paixão Segundo GH” servirá como ponto de partida para uma discussão em torno do gênero romance. “Homenagear essa obra nos 50 anos do Golpe Militar é também homenagear a literatura como arma de resistência e, no caso específico, o romance como gênero de resistência”, explica o curador Schneider Carpeggiani.

Este ano, o festival traz alguns dos mais representativos autores do gênero. “Uns mais fiéis, outros já incrédulos quanto à potência do romance no contemporâneo. Porém, todos cientes da urgência em discutirmos o formato em tempos de mudanças tão grandes de paradigmas”, classifica Carpeggiani. São nomes como o argentino Rodrigo Frésan e os brasileiros Cristóvão Tezza, Alberto Mussa, Caetano W. Galindo, Ronaldo Correia de Brito, Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira, Maria Valéria Rezende, Fernando Monteiro e Lourival Holanda.

Apontado como uma das recentes revelações da literatura nacional, o paulista Antonio Geraldo Figueiredo Ferreira vai conversar, na quinta (21), com o escritor, poeta, crítico de arte e cineasta pernambucano Fernando Monteiro sobre o tema “Como ‘desescrever’ o romance brasileiro”. Em seguida, Ronaldo Correia de Brito e o carioca Alberto Mussa participam da mesa “Mostre-me um crime, que lhe apontarei a imagem no mapa”, sobre o romance policial.

Na sexta (22), a escritora Maria Valéria Rezende, uma freira que se lançou no universo da literatura apenas aos 60 anos, explicará como uma ideia se torna um romance, na mesa “Há cerca de 10 dias uma conhecida me telefonou no meio da noite”. A programação segue com o escritor argentino Rodrigo Frésan, que conversará com o curador Schneider Carpeggiani sobre literatura hispano-americana e o seu novo livro, “O fundo do céu”.

O desafio de verter para o português o clássico de James Joyce, “Ulysses”, será o tema do bate-papo entre o escritor e tradutor Caetano W. Gallindo, responsável pela tradução da obra, e a jornalista Priscilla Campos, no sábado (23). No mesmo dia, o escritor Cristóvão Tezza, autor de “O Filho Eterno”, fará uma conferência sobre sua relação com o gênero romance. O encerramento da grade de debates do festival será com uma homenagem ao escritor, poeta e dramaturgo Ariano Suassuna, falecido em julho deste ano.

Recife de Clarice - Quem for ao Museu da Cidade do Recife, durante o Festival Recifense de Literatura – A Letra e A Voz poderá conferir o lugar especial conferido à escritora Clarice Lispector na exposição permanente do museu “Recife Em Cantos”. Na ala dedicada ao século XX, serão exibidas imagens da escritora no período em que viveu no Recife, além de trechos de suas obras que fazem referência à cidade. A exposição tem entrada franca e está aberta de terça a sábado, das 9h às 17h. A exposição “Recife Em Cantos” traça um panorama da evolução da cidade desde a fundação, em 1537, até os dias atuais, com mapas, ilustrações, fotografias, objetos arqueológicos e vídeos.

Festa do Livro – Nos dias 30 e 31, livreiros de todo o Estado estarão reunidos na Festa do Livro que será realizada na Avenida Rio Branco, no Bairro do Recife, dentro da programação do 12º Festival Recifense de Literatura A Letra e a Voz. A Festa do Livro será a homenageada do mês de agosto do projeto Recife Antigo de Coração, que acontecerá simultaneamente.

Na ocasião, atrações especiais irão se apresentar no local. No sábado, dia 30, a partir das 17h, haverá o recital poético-musical do Quarteto em Poesia, composto por Allan Sales, Rafael Moura, Clécio Rimas e Ana Barbosa. Já no domingo, dia 31, o grupo Dois Cordéis apresenta uma performance poético-musical, a partir das 15h. Do grupo participam Altair Leal, Vitor Aragão e José Evangelista. As apresentações acontecem na Av. Rio Branco. Já no palco do Marco Zero, o Quinteto Violado é uma das atrações do Recife Antigo de Coração.

SERVIÇO:
12º Festival Recifense de Literatura A Letra e A Voz

Debates:
De 20 a 23 de agosto
Forte das Cinco Pontas, s/n, São José

Feira do Livro:
30 e 31 de agosto
Avenida Rio Branco, Bairro do Recife

Entrada franca