Banda Sinfônica esgota ingressos do Teatro de Santa Isabel mais uma vez
Sétima apresentação de 2018 teve casa cheia e repertório caprichado, com Rossano Galante, Cole Porter, o clássico brasileiro Odeon e as trilhas sonoras de Homem Aranha e Indiana Jones.
Às vésperas de completar 60 anos, a Banda Sinfônica do Recife apresentou, na noite de ontem (27), o sétimo concerto da temporada 2018, no Teatro de Santa Isabel. Os ingressos, como de costume, esgotaram e uma plateia tão numerosa quanto entusiasmada conferiu a apresentação, que contou com sete peças e muitas emoções.
O concerto, realização da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, começou celebrando a música erudita, com a execução de Transcendent Journey, do nova-iorquino Rossano Galante, Sea Songs, do inglês R. Vaughan Williams, escrita em 1923 e rearranjada em 1942, além de Adagio, do compositor barroco italiano T. Albinoni, com arranjo de Jacob de Haan.
Do rico repertório brasileiro, o maestro Nenéu Liberalquino escolheu executar o chorinho Odeon, de Ernesto Nazareth. Cole Porter, criador de famosos musicais da Broadway, também foi lembrado. Em seguida, a quinta peça da noite foi Cole Porter on Broadway, com arranjo de Warren Barker.
Do romance, o repertório saltou para a aventura, evocando as trilhas sonoras do Homem-aranha, de Robert Harris e Paul Webster e arranjo de Jay Bobook, e Indiana Jones, do premiadíssimo John Williams, com palpitante arranjo de Hans Van Der Heide.
A aposentada Lilian Andrade, 78 anos, aprovou a programação, com louvor. “Louvo essa programação e a oportunidade de escutar música boa, no meio de tanta mediocridade que se escuta por aí hoje em dia”, disse Lilian, que toca piano e não aprova os rumos musicais que a humanidade está tomando. “Acho muito importante que oportunidades de erudição como essa sejam oferecidas”, disse sua amiga, Regina Faria, 64 anos.
Também aposentada, Adeilda Vital, 77 anos, saiu de Camaragibe só para prestigiar o concerto na noite de ontem. “Adoro música, adoro o Santa Isabel e adoro a Banda Sinfônica. A combinação dos três é a melhor definição de felicidade. Não podia perder”, brincou Adeilda, que apresentou, no concerto passado a amiga Marli Sales, 79 anos, à programação e ganhou uma companheira fiel. “Sequer conhecia o Teatro de Santa Isabel. Agora virei a todos que puder.”
A paulista Denise Ferraz, 23 anos, aproveitou o concerto para fazer sua estreia no Recife em grande estilo. “Cheguei hoje na cidade e me informaram no hostel dessa programação. Achei maravilhoso. E o que mais me chamou a atenção é que não é uma atividade para turistas. É a própria cidade consumindo sua cultura. Isso se chama cidadania. E é fundamental”, sentenciou.