PCR inicia atendimento aos imigrantes venezuelanos
Representantes das 35 famílias de venezuelanos que chegaram ao Recife em dezembro começaram a conhecer, nesta semana, as políticas públicas de assistência social, saúde e direitos humanos disponibilizadas pela Prefeitura do Recife. Nestas segunda (14) e terça-feira (15), representantes da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos do Recife (SDSJPDDH), Secretaria Municipal de Saúde e Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente orientaram os venezuelanos na Casa de Direitos - espaço instalada na Universidade Católica de Pernambuco, na Boa Vista, com o objetivo de dar suporte aos imigrantes e refugiados de todas as nacionalidades. Nesta quarta-feira (16), as assistentes sociais, psicólogo e outros profissionais da PCR começam a fazer os atendimentos individualizados, que vão até a próxima segunda-feira (21), das 8h às 14h.
Os 105 imigrantes que fugiram da crise na Venezuela estão morando em 12 apartamentos e casas nos bairros de Santo Amaro, Boa Vista, Coelhos, Encruzilhada e Torreão. AONG Cáritas Brasileira/CNBB (Regional Nordeste 2) é responsável pela estadia, alimentação, apoio jurídico, psicossocial e outras necessidades das 35 famílias que chegaram ao Recife no dia 17 de dezembro através do Projeto Pana, que obteve financiamento do Departamento de Estado dos Estados Unidos. O governo americano está financiando o projeto em outras seis capitais brasileiras, assim como em outros países da América do Sul, como Colômbia e Equador.
A Prefeitura do Recife contribui com encaminhamento para inclusão em programas sociais, garantia de acesso aos serviços de saúde, viabilização de matrícula escolar na rede de ensino municipal, inserção em cursos e no mercado de trabalho, entre outros. A gestão municipal participou de todo o processo de discussão e planejamento do atendimento aos imigrantes que chegaram à capital pernambucana em situação de vulnerabilidade social.
A Casa de Direitos funciona no 1º andar do bloco E da universidade Católica e é da Cáritas Brasileira/CNBB (Regional Nordeste 2), em parceria com a Cáritas Suíça, Departamento de Estado dos Estados Unidos e o Instituto Humanitas Unicap (IHU), com apoio da Prefeitura do Recife, Governo do Estado e outras instituições. O espaço é voltado ao apoio e integração de migrantes e refugiados de todas as nacionalidades, propiciando acolhimento, atendimento jurídico, acompanhamento psicossocial e capacitações. No espaço, os venezuelanos são atendidos por profissionais da Universidade Católica, que também fornecerá formação em Língua Portuguesa, Cultura Brasileira, Legislação Trabalhista, Economia Solidária.
No início desta semana, os imigrantes receberam orientações da Prefeitura do Recife sobre como se inscrever no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal,o que podem resolver com ajuda das equipes dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e como podem ter acesso à assistência médica gratuita na rede municipal de saúde. Eles também conheceram a política municipal de apoio ao público LBGT e o Sistema Emprega Brasil, entre outros serviços.
“Esses encontros têm o objetivo de divulgar para os venezuelanos os programas, serviços e benefícios que o poder público pode oferecer como forma de ajudá-los a se integrar a uma nova vida na nossa cidade”, explicou Rosângela Fontes, gerente de Proteção Social Básica do Recife, da SDSJPDDH. Ela explicou, por exemplo, que a inscrição no Cadastro Único possibilita o acesso a diversos programa sociais, como a tarifa social de energia elétrica e até inscrição no Programa Bolsa Família.
O gerente de Empregabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, Gustavo Vertosa, disse que os imigrantes também poderão se inscrever no Sistema Emprega Brasil. “Oferecemos palestra sobre comportamento pessoal e profissional durante uma entrevista de emprego, além de orientações básicas sobre como produzir um bom currículo profissional”, explicou Gustavo.
Jolisbeth Mayorga, de 22 anos, está otimista com sua perspectiva de futuro no Brasil. “Estava em Roraima há seis meses e só cheguei aqui em Recife no mês passado. Estou gostando muito do carinho de todos os recifenses e vejo na Prefeitura uma preocupação e um empenho especial em nos ajudar. Espero estudar, trabalhar e fazer do Recife meu novo lar”, almeja a jovem.
Também venezuelano, o educador social da Cáritas Brasileira/CNBB David Ramirez não está no Recife fugindo da crise, mas sim para ajudar os que estão nessa situação. “As35 famílias estão recebendo alimentação e moradia através do nosso Projeto Pana. Acredito que esses encontros coletivos e os atendimentos individuais da PCR também vão ajudar bastante nessa tarefa coletiva de integrar os imigrantes de forma mais rápida e segura à sociedade pernambucana”, defendeu.