Recife participa de oficinas para implementar ações de enfrentamento às arboviroses
A Secretaria de Saúde (Sesau) da Prefeitura do Recife participou, na última terça-feira (22), da Oficina de Implementação de Projetos de Intervenção do Aedes na Mira, promovida pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) em parceria com o Ministério da Saúde. O evento, que aconteceu no Hotel Barramares, em Jaboatão dos Guararapes, reuniu representantes de Pernambuco, Piauí e Bahia para discutir as propostas, estratégias e avanços desses estados no enfrentamento às arboviroses.
Durante o evento, foram realizadas atividades em grupo para encontrar soluções de trabalho, com práticas simples, para reduzir os impactos da dengue, zyka e chikungunya na população. O Recife levou para a oficina seis projetos de experiência no controle do Aedes aegypti, que foram apresentados no Encontro Nacional do Projeto Aedes na Mira, realizado no último mês de julho, em Brasília, no Congresso do Conasems.
O secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, falou durante a mesa de diálogos com especialistas sobre “O papel dos municípios na Política Nacional de Vigilância em Saúde e a integração com a Atenção Básica”. Na palestra, o gestor apresentou os Planos Anuais de Enfretamento às Arboviroses que são desenvolvidos na capital pernambucana e falou da importância do trabalho integrado, testando novas hipóteses e, sobretudo, modificando o comportamento das pessoas em seus ambientes.
“Conseguimos diminuir os índices de infestação do mosquito desde 2015 e mesmo após o período de emergência, ainda temos muito trabalho a fazer. É preciso inovação radical no manejo integrado da Vigilância em Saúde e Atenção Básica. Ou seja, além de propor novas soluções, precisamos fazer, cada vez melhor, as ações que já sabemos que funcionam”, destacou Jailson Correia.
Além dessa atividade, o município foi um dos cinco convidados para participar da gravação de um vídeo. Foram selecionados dois trabalhos do Recife, dentre os mais de 300 participantes, e os temas escolhidos foram “Proposta de monitoramento do Plano de Enfrentamento às Arboviroses 2018/2019” e “Projeto de intervenção para promoção e redução dos casos de arboviroses no Distrito Sanitário VII do Recife”. O material audiovisual será compartilhado no canal do YouTube e nas redes sociais do Conasems.
Thaysa Kelly de Sousa trabalha no setor de Vigilância Epidemiológica do Recife e desenvolveu o “Projeto de intervenção para promoção e redução dos casos de arboviroses no Distrito Sanitário VII do Recife”. “As unidades de saúde do nosso distrito passaram a identificar melhor e notificar mais os casos depois da implementação desse projeto. Os nossos agentes de saúde estão mais sensíveis à captação dos casos no território, o que permite atuar com mais eficácia nas ações de controle e bloqueio dos mosquitos”, disse.
ESTRATÉGIAS – Além das ações de rotina dos Agentes de Saúde Ambiental e Controle de Endemias (Asaces) em todos os bairros da cidade, para controle do vetor da dengue, chikungunya e zika, o Recife também incorporou outras alternativas aos seus Planos anuais de Enfretamento às Arboviroses, como a ampliação do uso das ovitrampas para monitoramento dos ovos dos mosquitos e a instalação de Estações Disseminadoras, que são uma espécie de armadilha na qual os mosquitos pousam e espalham o inseticida nos criadouros.
Outra inovação é a utilização da tecnologia do mosquito estéril para reduzir a reprodução do inseto, além da implantação das Brigadas Contra o Mosquito em instituições públicas e privadas, para engajar a sociedade civil na luta para reduzir os focos de Aedes. Também foi criado um incentivo financeiro para aumentar a produtividade dos Asaces.
A Prefeitura do Recife também utiliza o aplicativo Saúde Ambiental Digital para mapear os focos dos insetos transmissores de doenças. No último mês, a ferramenta foi uma das premiadas no 47º Seminário Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação para Gestão Pública, em Brasília. Desenvolvida pela Empresa Municipal de Informática (Emprel), a ferramenta dá mais agilidade e qualidade na identificação da presença de focos do mosquito, na coleta de dados, transmissão e consolidação das informações.
Em 2016, na época da tríplice epidemia, durante visita à capital pernambucana, representantes da Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceram o Recife como referência mundial nas ações de enfrentamento às arboviroses.