Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas Sobre Drogas -SDSDHJPD

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Direitos Humanos | 04.11.19 - 16h08

Racismo Institucional será abordado no Mês da Consciência Negra

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Programação preparada pela PCR traz mais de 30 atividades durante novembro (Foto: Inaldo Lins/PCR)

 

Nesta tarde de terça-feira 05, das 13h ás 17h, dentro da programação do Mês da Consciência Negra, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, Juventude, Políticas sobre Drogas e Direitos Humanos – SDSJPDDH, promove na Casa de Acolhida Temporária - CAT Acalanto (Rua Pandiá Calógeras, 110, Prado), o Minicurso: Identidade, Acolhimento e Racismo. A abordagem será levada para trabalhadores do Serviço de Acolhimento Institucional do Recife, uma das estratégias municipal de combate ao racismo institucional, numa promoção do Programa de Combate ao Racismo Institucional – PCRI.

A agenda desta terça-feira, 05, traz ainda a Escuta do I Plano Municipal de Igualdade Racial, com o Diversidade Religiosa, aberta à população no Núcleo da Cultura Afro-brasileira (Pátio de São Pedro, S/N, bairro de São José), das 15h às 18h. Já a partir das 19h, será realizada a Terça Negra, promovida pelo Movimento Negro Unificado – MNU, com o apoio da Fundação de Cultura da Cidade do Recife da Secretaria de Cultura. Serão mais de 30 atividades (ver programação) a serem promovidas durante o mês de novembro.

A proposta é de fortalecer o enfrentamento ao racismo e promover a igualdade racial, construindo as práticas antirracistas no município, por meio de minicursos, oficinas, oferta de serviços de saúde, entre outras programações de cultura, esporte e lazer. Várias secretarias municipais e instituições - de Cultura, Saúde, Turismo, Esportes e Lazer e Fundação de Cultura do Recife - , estão realizando

Intolerância Religiosa – A programação do Mês da Consciência Negra foi aberta no dia 1º de novembro, com a realização 13ª Caminhada dos Terreiros pela luta contra a intolerância religiosa com o tema “Mexeu Com Um Mexeu com todos. A concentração iniciou às 14h, no Marco Zero, seguindo para o Pátio de São Pedro. “A intolerância avança no país e todos têm que se unir para fortalecer a luta pela liberdade religiosa, ressaltou a gerente de Igualdade Racial da SDSJPSDDH do Recife, Girlana Diniz. A secretária da Mulher do Recife, Cida Pedrosa, reforçou que a caminhada é um grito de liberdade que pede respeito.

 "Mãe Elza, presidente Associação Caminhada dos Terreiros de Pernambuco falou que exercer a religião livremente é um direito de todos. “As religiões merecem respeito, seja umbanda, candomblé, jurema, disse a religiosa de matriz africana. Pai Emanoel, sarcerdote Tawalkesire, afirmou que a caminhada é um marco na luta pela liberdade e pelo respeito para qualquer um, sem distinção de raça, cor, religião.

Memória  - No Brasil, a cada ano, intensificam-se as ações de enfrentamento ao racismo promovidas no mês da Consciência Negra, pelos movimentos sociais,  Instituições de Ensino Superior - IES e por órgão da administração pública. O  dia 20 de novembro é o marco da programação, quando se rememora a data em que Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, foi morto no ano de 1695, por  lutar contra a escravidão  negra no país.

Os dados sobre os casos de racismo que  acontecem no país ainda assustam, atingindo a população negra física e simbolicamente. Os  dados  Atlas da Violência 2017,  lançado pelo  Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e o pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que  de  cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, cerca de 71 são negras, composta por jovens. Ainda segundo o  Atlas, os negros possuem chances 23,5% maiores de serem assassinados em relação aos outros  brasileiros de outras raças.   Os jovens homens negros e de baixa escolaridade são as principais vítimas de mortes violentas no País, sendo ainda população negra de modo geral, a  maioria dos  10% dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios. 

Essas estatísticas justificam ações de políticas públicas voltadas ao enfrentamento do problema. No Brasil, a população autodeclarada negra representa cerca de 55% (conjugando pretos e pardos,  2º a  PNAD - IBGE/2019). No  Recife, esse número chega a 64% a polução autodeclarada negra (IBGE, 2010), podendo  assim, ser  considerada uma cidade de pretas e pretos, levando a PCR a realizar ações que promovam a igualdade racial e de enfrentando o racismo.