Atendimentos nos hospitais de campanha da Prefeitura do Recife caem 62%
Os hospitais de campanha da Prefeitura do Recife já ultrapassaram a marca de mais e 14 mil atendimentos durante a pandemia de covid-19, mas registraram uma queda de mais de 60% nesse indicador de abril para julho. Enquanto em abril a rede registrou mais de cinco mil atendimentos a pessoas com sintomas respiratórios, no último mês, esse número caiu para cerca de dois mil. Em anúncio feito na manhã desta quarta-feira (5), o prefeito Geraldo Julio afirmou que esse e outros indicadores levam a Prefeitura do Recife a estudar nova reorganização da rede municipal de enfrentamento à pandemia.
“Tivemos uma redução de 62% nos atendimentos de casos suspeitos de covid nos nossos hospitais de campanha. Enquanto em abril foram 5.378 atendimentos, fechamos o mês de julho com 2.054 no total. Esta redução está levando a gente a estudar uma nova etapa no processo de reorganização dos hospitais de campanha. Eles fizeram ao todo 14 mil atendimentos de casos suspeitos de covid-19”, afirmou o gestor, que voltou a agradecer a todos os profissionais que participaram da construção, equipagem e atendimento nos hospitais de campanha municipais.
O Recife foi a capital brasileira que proporcionalmente abriu mais leitos para pacientes com suspeita ou confirmação de covid-19. De acordo com levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a capital pernambucana criou 1.155 leitos durante a pandemia, ficando atrás apenas da cidade de São Paulo, que abriu 1.791 leitos. Levando em conta o número de habitantes, o Recife criou, proporcionalmente, cinco vezes mais leitos para sua população, já que a capital pernambucana tem 1,6 milhão de habitantes e a capital paulista tem mais de 12,2 milhões de habitantes.
De acordo com análises feitas pela Prefeitura do Recife a partir dos dados disponibilizados no site oficial do CFM (www.portal.cfm.org.br), a capital pernambucana criou 70 leitos de covid-19 para cada 100 mil habitantes, enquanto São Paulo abriu 14 leitos de covid para cada 100 mil habitantes. Somente a Prefeitura do Recife abriu cerca de mil leitos nos últimos meses (mais de 700 de enfermaria e mais de 300 de UTI), já tendo desativado 300 enfermarias por acumular mais de dois meses de queda nos indicadores da pandemia. Na capital, também foram abertos leitos de covid-19 pelo Governo do Estado, sem contar os leitos da rede privada, não contabilizados pelo estudo.
A gestão municipal ergueu sete hospitais de campanha e ainda abriu leitos de covid-19 em outras duas unidades de saúde. Atualmente, a rede municipal tem 724 leitos em funcionamento, sendo 342 de UTI e 382 de enfermaria. Essa estrutura já propiciou 14 mil atendimentos, quase 5.300 internações e mais de 2.600 altas. Tamanho esforço da rede municipal ainda permitiu que a rede hospitalar do Recife ajudasse outras cidades pernambucanas. Prova disso é que, nesta semana, cerca de 70% dos pacientes internados com covid nas UTIs municipais são de fora do Recife. A análise do CFM também mostra que Pernambuco é o segundo estado brasileiro em ampliação da rede hospitalar na pandemia.
ATENÇÃO BÁSICA - Além da rede de hospitais de campanha, a Prefeitura do Recife também salvou vidas em outra frente: a rede de Atenção Básica à Saúde, que foi reestruturada para atender casos suspeitos ou confirmados da covid-19. Reorganizada pela Prefeitura do Recife desde abril, 20 unidades de referência da Atenção Básica à Saúde ultrapassaram a marca de 21 mil atendimentos, nesta semana, contribuindo para desafogar os Serviços de Pronto Atendimento (emergências) da rede municipal e evitando que pessoas com suspeita de covid-19 tivessem contato com pacientes que estivessem buscando vacinação, remédios, pré-natal e outros atendimentos.