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Saúde | 13.10.20 - 11h25

Recife completa sete meses de convivência com a covid-19 com indicadores em queda há cinco meses

Prefeito Geraldo Julio destacou o número de 23 recifenses internados nas UTIs dos hospitais de campanha, o menor desde o início do funcionamento dos hospitais emergenciais e as ações de prevenção com a entrega de mais de 500 mil máscaras e as mais de 100 mil sanitizações realizadas

 

Nesta semana, completaram-se sete meses desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou a pandemia da covid-19. Depois de passar pelo momento mais crítico da pandemia garantindo atendimento adequado a todos os recifenses e pernambucanos que precisaram, com a construção da maior rede emergencial para a covid-19 do país, com 7 hospitais de campanha e mais de mil leitos em apenas 45 dias, o Recife chega a 5 meses de redução nos indicadores da doença e a população recifense já convive com atividades econômicas, sociais e culturais, como a abertura das praias, parques, comércio e museus.

Em seu pronunciamento, o prefeito Geraldo Julio destacou a redução dos indicadores há cinco meses, mas reforçou a manutenção das ações de prevenção, para a manutenção das conquistas do plano de reabertura. “A pandemia completa setes meses e, aqui no Recife, a gente chega a sete meses de redução dos números da covid. Nós chegamos hoje a 23 pacientes do Recife internados nos leitos de UTI municipais. É o menor número desde que todos os hospitais de campanha ficaram prontos. Chegamos também a 3.341 altas realizadas nesses hospitais construídos pela Prefeitura, e o Recife chega a mais de 32 mil pessoas recuperadas da covid. Ainda atingimos as marcas de 100 mil visitas de sanitização e 500 mil máscaras distribuídas para a população. Esses são dados muito importantes, mas a prevenção deve continuar”, reforçou o prefeito Geraldo Julio.

Entre os dados registrado pela Prefeitura do Recife nesta terça estão a queda de 95% das mortes por covid-19 na comparação de maio (1.151) com setembro (55), de acordo com a data de ocorrência dos óbitos. Na comparação do último mês fechado (setembro) com o mês anterior (126 óbitos em agosto), a queda é de 56%, até o momento.

Além da redução de mais de 98% nos casos graves de covid, na comparação de setembro com abril (mês com mais casos graves), como foi divulgado pela PCR na semana passada, também houve queda de quase 73% quando se comparam os números totais de casos graves e leves confirmados de covid de maio (11.694) com setembro (3.201). A queda de casos de agosto (4.718) para setembro foi de 32%.

Quando se compara o total de casos do Recife em relação ao Estado, fica nítida a interiorização da pandemia, que começou concentrada na capital. Nos últimos dois meses, o Recife foi responsável por menos de 15% de todos os novos casos de Pernambuco, enquanto, em abril, a cidade chegou a ser responsável por quase 55% dos novos casos de covid do Estado.

Essa redução dos casos de covid, sobretudo dos graves, refletiu na queda de quase 83% das internações nos hospitais de campanha municipais, na comparação do mês de maio (2.215) com os dados fechados do mês de setembro (382). De agosto (720) para setembro, a queda nas internações é de 47%.

A Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife também contabilizou redução de quase 60% no número de atendimentos nas emergências das policlínicas em cujas áreas externas foram construídos hospitais de campanha, no mesmo período (5.378 atendimentos em maio e 2.167 em setembro). De agosto (2.500) para setembro, a redução foi de 13%.

REDE DE HOSPITAIS - A rede de saúde da capital pernambucana não entrou em colapso, no período mais crítico da pandemia, entre abril e maio, graças ao maior índice de isolamento social entre as capitais brasileiras e à abertura de leitos que não existiam no início deste ano, tanto por parte da Prefeitura do Recife quanto do Governo do Estado. Somente a PCR construiu sete hospitais de campanha, que chegaram a ter cerca de mil leitos para os pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19. O Recife foi a capital que, proporcionalmente à população, abriu mais leitos de covid no Brasil.

Mais de 19 mil atendimentos, quase 6.400 internações e mais 3.300 altas médicas foram garantidos nos sete hospitais municipais e nos leitos de covid abertos em outras duas unidades de saúde. Para dar conta dessa demanda extraordinária, a Secretaria de Saúde do Recife contratou mais de quatro mil profissionais e adquiriu mais de 10 mil equipamentos médico-hospitalares, além 3,5 milhões de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Com a queda consolidada nos diversos indicadores da pandemia, há cinco meses, já foi possível desmobilizar seis desses hospitais de campanha. Ao todo, já foram desativados 753 leitos municipais, restando 275 leitos em funcionamento, sendo 110 UTIs e 165 enfermarias. Neles, estão internados hoje 116 pacientes – 57 nas enfermarias e 59 deles nas UTIs (mais de 60% desses últimos são de outras cidades pernambucanas). Com o número de pacientes internados também caindo desde junho, o único hospital de campanha municipal que permanece funcionando completamente é o Hospital Provisório Recife 1, localizado na Rua da Aurora, em Santo Amaro.

ATENÇÃO BÁSICA - Além de salvar vidas na rede de hospitais de campanha municipais, a Prefeitura do Recife também atuou em outra frente, durante a pandemia: a rede de Atenção Básica à Saúde, que foi reestruturada para atender casos suspeitos ou confirmados da covid-19. Reorganizada pela Prefeitura do Recife desde abril, cerca de 20 unidades de referência da Atenção Básica à Saúde (hoje são oito unidades) ultrapassaram a marca de 29 mil atendimentos, contribuindo para desafogar os Serviços de Pronto Atendimento (emergências) da rede municipal e evitando que pessoas com suspeita de covid-19 tivessem contato com pacientes que estivessem buscando vacinação, remédios, pré-natal e outros atendimentos. Nas unidades de referência da Atenção Básica para covid, também houve queda de 66% nos atendimentos, de maio para setembro. Na comparação de setembro com agosto, a queda foi de 36%.

SAMU – Desde o início da pandemia, o Samu Metropolitano do Recife tornou-se a porta de entrada para pacientes com sintomas respiratórios, bem como o responsável pelo transporte entre as unidades que fazem o primeiro atendimento, como as emergências das policlínicas, UPAs e os hospitais de referência para enfrentamento à covid-19. Desde o socorro à primeira paciente com suspeita de covid, no fim de fevereiro, até esta semana, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) registrou mais de 10.800 chamados por causas respiratórias, que geraram a mais de 5.200 atendimentos a pessoas com suspeita de covid. De maio (1.673) para setembro (356), o envio de ambulâncias para atendimento a casos suspeitos de covid caiu 78%. Na comparação de setembro com agosto, a queda foi de 23%.

SANITIZAÇÃO – Uma medida importante implementada pela PCR para prevenção de infecções por covid-19 foi a sanitização de espaços públicos - técnica reconhecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como eficaz no enfrentamento ao novo coronavírus. De forma pioneira no Nordeste, a Secretaria de Saúde do Recife realizou, desde março, mais de 100 mil visitas para desinfecção de espaços públicos. Diariamente, mais de 130 profissionais da Vigilância Ambiental do Recife sanitizam cerca de 600 locais de grande fluxo de pessoas. Foram empregados, até hoje, mais de 630 mil litros da solução desinfetante com ação viricida de alto nível, cujo efeito tem início em até cinco minutos e o efeito residual atua por 24 horas.

MÁSCARAS - Após o início da retomada das atividades socioeconômicas, o Recife vem mantendo a tendência de queda nos indicadores da pandemia, entre outros fatores, porque mantém o foco na prevenção de novas infecções, já que a pandemia não acabou e o novo coronavírus continua circulando na cidade. Diariamente, a Secretaria de Saúde do Recife distribui máscaras e informações em Estações Itinerantes de Orientações sobre a Covid-19 espalhadas em diferentes locais da cidade, a cada semana. Somente a Secretaria de Saúde do Recife já distribuiu mais de 500 mil máscaras nessas atividades, fora outras distribuídas pelas diversas secretarias da PCR.

As entregas de máscaras e as conversas sobre prevenção são feitas também em ações de porta em porta nas comunidades mais vulneráveis da cidade e em visitas a casas de pessoas que fazem parte dos grupos de risco da covid-19, como por exemplo os idosos. Ao todo, a gestão municipal encomendou 800 mil máscaras a costureiras contratadas em editais de chamamento público.

ASSISTÊNCIA SOCIAL - Atenta a quem mais precisa, a Prefeitura do Recife distribuiu mais de 236 mil cestas básicas a famílias em situação de vulnerabilidade social, quase 300 mil quentinhas nos restaurantes populares e mais de 686 mil kits de higiene e limpeza. Foram abertas, ainda, 100 vagas no Abrigo Irmã Dulce, 120 vagas de isolamento no Abrigo Emergencial e 40 vagas para idosos em situação de rua no Abrigo Edusa Pereira. Por meio da plataforma Transforma Recife, foram arrecadadas 155 mil cestas básicas, enquanto pela plataforma do Quero Impactar foram arrecadados mais de R$ 3 milhões para projetos voltados à pandemia.

EDUCAÇÃO - Em relação às medidas adotadas na área da educação, o Recife foi a primeira capital brasileira a suspender as aulas, protegendo alunos, professores e demais colaboradores da rede municipal de ensino. Mesmo assim, a comida foi garantida na mesa desses estudantes com a distribuição de mais de 580 mil cestas básicas para as famílias desses alunos. Também foram distribuídos mais de 660 mil kits de higiene e limpeza e mais de 409 mil kits pedagógicos.

TECNOLOGIA - Ao longo desses seis meses em que o isolamento e o distanciamento social foram primordiais, a Prefeitura do Recife também salvou vidas através da tecnologia. No aplicativo Atende em Casa, se cadastraram mais de 66 mil usuários com sintomas sugestivos de covid-19. Quase 24 mil deles apresentaram sintomas mais importantes e passaram por teleorientações através de vídeochamadas com médicos ou enfermeiros, e mais de seis mil dessas pessoas foram orientadas pelos profissionais a procurar uma unidade de saúde, evitando deslocamentos desnecessários até os postos, que poderiam ser pontos de contaminação. Também através de vídeochamadas, o Atende em Casa oferece apoio emocional para as pessoas que estão atravessando momentos de angústia e tristeza por causa da pandemia. Desde maio, mais de 2.500 pessoas já passaram pelo teleacolhimento.

Já para estimular a prática de exercícios físicos em casa, profissionais das Academias da Cidade e das Academias Recife disponibilizaram cerca de 100 aulas através do aplicativo Movimenta Recife, que beneficiou mais de 58 mil usuários cadastrados. Outro aplicativo importante foi o Aprende em Todo Lugar, que garantiu orientações sobre a pandemia para os trabalhadores da rede municipal de saúde, registrando quase quatro mil acessos à plataforma.