Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU)

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Mobilidade | 18.03.21 - 17h45

PCR alerta para velocidade no trânsito durante o período de quarentena

Excesso de velocidade é um dos principais fatores de risco de sinistros de trânsito. Autoridades da área fazem apelo para o respeito ao volante, mesmo com as vias mais livres, com o objetivo de poupar o Sistema Único de Saúde.

Com período de quarentena instituído pelo Governo de Pernambuco a partir da quinta-feira (18), a Prefeitura do Recife alerta para a conduta dos motoristas no trânsito, que terá as vias mais livres devido à redução do número de veículos. A Secretaria de Política Urbana e Licenciamento (Sepul), por meio da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), analisou a contagem volumétrica durante os primeiros dias de quarentena em 2020 e percebeu uma redução de até 73% de veículos nas vias da cidade. O dado é importante porque revela o distanciamento social, entretanto, especialistas em trânsito e em saúde fazem um apelo para que os condutores não excedam a velocidade máxima permitida na via, porque essa prática é o principal fator de risco de sinistros de trânsito.

De acordo com as contagens volumétricas realizadas pela CTTU durante o início do período de quarentena de 2020, no final do mês de março, algumas vias registraram até 73% a menos de veículos, como é o caso da Avenida Domingos Ferreira. Na Avenida Agamenon Magalhães, a redução foi de 56% dos veículos no sentido Olinda e, na Avenida República do Líbano, chegou a 70%. A Avenida Boa Viagem registrou 56% a menos e a Avenida Norte, 46%.

A presidente da CTTU, Taciana Ferreira, informa que o dado chama atenção para a necessidade de alertar o condutor a não fazer das ruas vazias uma oportunidade de excesso de velocidade. “O período da pandemia pode deixar as pessoas ansiosas para chegar em casa logo e as ruas mais vazias podem parecer um convite ao excesso de velocidade, entretanto, se adequar à velocidade regulamentada na via é imprescindível para evitar sinistros graves no trânsito”, destaca.

De acordo com o DataSUS, são cerca de 33 mil mortes no trânsito por ano em todo país e, para cada morte, são cerca de 7 internações em UTIs. O Sistema Único de Saúde (SUS) acaba absorvendo essa demanda, o que gera um custo anual de cerca de R$ 52 bilhões, além de sobrecarregar ainda mais as UTIs que poderiam ser utilizadas no combate à maior pandemia do século, aponta o World Resources Institute (WRI, na sigla em inglês). De acordo com o Observatório Nacional de Segurança Viária, em períodos anteriores à pandemia, até 60% dos leitos de UTI eram ocupados por vítimas de sinistros de trânsito.

O coordenador do Samu Metropolitano do Recife, Leonardo Gomes, aponta que as condutas que levam a mais segurança no trânsito ajudam a não sobrecarregar os serviços de saúde. “No trânsito, assim como acontece nesse momento de pandemia, os cuidados que nós temos são para proteger nós e os outros. Esse respeito às leis diminui os riscos de acidentes graves e de mortes. Como consequência, além de proteger a saúde, evita aumento da demanda do serviço do Samu, que está sobrecarregado com os atendimentos aos pacientes com suspeita de covid-19, e também dos serviços hospitalares. É uma consciência que todos nós, que fazemos o trânsito, devemos ter”, avalia.

O coordenador da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global, Dante Rosado, destaca a importância da prevenção aos sinistros de trânsito no período da pandemia: "Mais do que nunca, precisamos unir esforços para prevenir sinistros de trânsito com vítimas - especialmente agora em que hospitais e unidades de saúde estão superlotados e seguem sob muita pressão. Respeitar os limites e reduzir a velocidade quando for preciso sair de casa é uma forma de ajudar os profissionais de saúde neste momento difícil! A Prefeitura do Recife segue no caminho certo ao promover a política de segurança viária alinhada às melhores práticas internacionais", afirma.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a velocidade excessiva é o principal fator de risco que mais causa sinistros, responsável por uma em cada três mortes por sinistros de trânsito em todo o mundo. De acordo com a instituição, a velocidade elevada provoca um efeito de afunilamento no campo visual, ou visão periférica, do condutor, o que prejudica a percepção de pedestres e outros obstáculos nas ruas. Sem conseguir uma clara imagem do que está ao seu redor, o motorista eleva as chances de um atropelamento ou sinistros em geral.