Recife registra maior período sem notificações de óbitos por covid-19 desde o início da pandemia
Há dez dias consecutivos, a capital não possui notificações de mortes causadas pela doença. Março também é o mês que possui mais dias sem ocorrência de óbitos cujas causas foram infecção pelo novo coronavírus
Pela primeira vez, desde o início da pandemia de covid-19, o Recife registrou o maior período sem notificações de óbitos causados pela doença: foram dez dias consecutivos - no intervalo entre 11 e 20 de março. Este mês também é o que possui mais dias sem ocorrência de mortes, cujas causas foram a infecção pelo novo coronavírus, totalizando 18 dias alternados, até o momento. Estes números ainda podem sofrer alterações, tendo em vista a qualificação diária do banco de dados.
Antes disso, o maior período sem registros desse tipo de óbito foi em janeiro deste ano, quando se passaram quatro dias seguidos sem novas notificações. O terceiro maior período sem ocorrências de mortes por covid-19 foi em novembro e dezembro de 2021, quando transcorreram três dias consecutivos sem notificações. Já os meses que registraram mais dias alternados sem notificação de óbitos foram: novembro de 2021, com nove dias, e dezembro de 2021, com oito dias.
Após picos de muitos casos e óbitos, o cenário epidemiológico da covid-19 no Recife vem se modificando positivamente. Para se ter ideia, em março de 2021, foram registradas 544 mortes por síndrome respiratória aguda grave (srag) causadas pelo novo coronavírus. Já em março deste ano, até o dia 26, foram notificados 11 óbitos. Isso representa uma queda de 97,9%, segundo dados da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde (Sesau) do município.
Além disso, ainda houve diminuição no número de registros de casos de srag. Em março de 2021, foram confirmados 1.460 casos deste tipo e, em março deste ano, até o momento, foram 12 - configurando uma redução de 99,1%.
Outro importante indicador que também apresentou expressiva redução foi o de número de envios de ambulância do Samu Metropolitano do Recife para atender pacientes com srag. Em março de 2021, o serviço chegou a enviar 1.591 viaturas para prestar socorro a pessoas com suspeita ou confirmação de covid-19. Agora, até 26 de março deste ano, foram mobilizados 173 veículos para essas ocorrências - demonstrando uma redução de 89,1%.
Para a secretária de Saúde do Recife, Luciana Albuquerque, a atenuação de todos esses indicadores está servindo como um termômetro da pandemia da covid-19. “Nesse momento, observamos redução nos casos leves, graves e nos óbitos por covid, também. Isso, certamente, é reflexo do trabalho e dedicação da Prefeitura e ainda do avanço da vacinação da nossa população. Antes da imunização, o cenário era de muitas perdas e incertezas, mas à medida em que seguimos ampliando a cobertura vacinal, vamos conseguindo trilhar um caminho para ter mais tranquilidade no enfrentamento da pandemia”, destaca.
Na capital pernambucana, até o momento, foram aplicadas 3.261.115 de doses do imunizante anticovid em pessoas acima de 12 anos - sendo 1362513 de primeira dose; 1.135.515 de segunda dose; 67.665 de dose única; e 695.422 de dose de reforço. Isso representa um total de 86,72% da população com esquema vacinal completo e 50,12% de cobertura vacinal da dose de reforço.
Já em crianças de cinco a 11 anos, cuja vacinação começou em janeiro deste ano, foram aplicadas 107.532 doses dos imunizantes contra covid-19 - 93.625 de primeira dose e 13.907 de segunda dose. Estes números representam 58,68% de cobertura vacinal da primeira dose e 8,72% com esquema vacinal completo.
A gestora enfatiza ainda que, mesmo diante de circunstâncias positivas, a população não pode descuidar das medidas de prevenção e reforça a necessidade de as pessoas se vacinarem. “Ficamos muito esperançosos com o futuro, mas ainda se faz necessário o uso de máscara, evitar aglomeração, testar quando tiver sintomas ou contato com casos positivos e a constante higienização das mãos, pois são as formas que temos para evitar a covid. Além disso, a vacina é uma importante aliada para que tenhamos mais liberdade para convivência, por isso precisamos tomar as doses recomendadas pela ciência”, destaca Albuquerque.