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Saúde | 04.06.24 - 17h30

Prefeitura do Recife oferece novo método contraceptivo na rede municipal de saúde

O implante sob a pele tem eficácia de 99%, duração de 3 anos, menos efeitos colaterais e é reversível a qualquer momento. Ao todo, o investimento foi de aproximadamente R$ 8,7 milhões, na compra de 18 mil unidades

A Prefeitura do Recife lança, nesta quarta-feira (05/6), um programa de ampliação da oferta de métodos contraceptivos e planejamento familiar em sua rede, com a inclusão do implante anticoncepcional subdérmico (debaixo da pele), método moderno e de longa duração. Trata-se de uma iniciativa pioneira da Secretaria de Saúde do Recife (Sesau), que irá beneficiar, prioritariamente, adolescentes e jovens de até 19 anos e pessoas em situação de vulnerabilidade. O lançamento ocorre às 10h30, na USF Padre José Edwaldo Gomes, no Poço da Panela, com a presença da secretária de Saúde do Recife, Luciana Albuquerque.

“Estamos trazendo para o SUS municipal o que há de melhor na rede privada. É um procedimento simples, feito ambulatorialmente em unidades da Atenção Básica, com alta eficiência e longa duração (3 anos), evitando o esquecimento ou descontinuidade no uso das pílulas, o que é muito comum em ocorrências de gravidez não desejada. Fora isso, a dosagem hormonal contida no método é mínima, sendo liberada gradativamente na corrente sanguínea, reduzindo os efeitos colaterais comuns no uso de contraceptivos. O planejamento reprodutivo tem relevante papel na saúde das mulheres e bem-estar das famílias e é fundamental para garantir que possam idealizar e intervalar as gestações com segurança, além de proteger sua saúde de possíveis complicações que podem até levar à mortalidade materna”, explica a secretária.

O implante subdérmico de etonorgestrel (hormônio derivado da progesterona) tem ação contraceptiva por três anos, de alta eficácia (99%) e é reversível a qualquer momento. A aplicação, indolor, é feita em um dos braços, como uma injeção. Na compra de 18 mil unidades, a Prefeitura investiu, aproximadamente, R$ 8,7 milhões. Para a implantação, os profissionais médicos e enfermeiros da atenção primária à saúde e das maternidades foram capacitados.  Atualmente, a Sesau já oferece diversos métodos contraceptivos nas unidades de saúde para a população feminina em geral. São eles: anticoncepcional injetável mensal; anticoncepcional injetável trimestral; minipílula; pílula combinada; pílula anticoncepcional de emergência (ou do dia seguinte); dispositivo intrauterino (DIU); preservativos feminino e masculino. Além disso, também estão disponíveis os métodos cirúrgicos de laqueadura tubária e vasectomia, conforme protocolos vigentes. O acesso a esses métodos, incluindo o implante, se dará por meio das consultas e acompanhamento nas unidades da Atenção Básica, sejam Unidades de Saúde da Família (USFs) ou Unidades Básicas Tradicionais (UBTs)  

MORTALIDADE MATERNA - No Brasil, o número de mortes maternas aumentou 94,4% durante a pandemia de Covid-19. Em 2021, a taxa para cada 100 mil nascidos vivos foi de 107,5, sendo que, em 2019, essa mesma taxa era de 55,31. “Nove em cada dez mortes maternas são evitáveis, sendo o acesso à contracepção uma das principais estratégias para evitar a gravidez não planejada e suas complicações. Nesses primeiros atendimentos, estamos priorizando a população feminina mais vulnerável, a exemplo das que vivem em situação de rua, dependentes químicas, puérperas que tiveram gestação de alto risco e adolescentes”, afirma a coordenadora da Política de Atenção à Saúde da Mulher do Recife, Evelyn Lins. Menores de idade precisarão do consentimento de pais ou responsáveis para se submeterem ao procedimento.    

A redução da taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes para cada 100 mil nascidos vivos e o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo o planejamento reprodutivo e a redução da gravidez na adolescência, fazem parte das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, fixados em 2015 pela ONU com agenda de ações até 2030. Segundo o relatório do Fundo de População da ONU no Brasil, publicado em 2022, metade das adolescentes com um primeiro parto entre 15 e 17 anos tiveram um segundo filho antes de completar 20 anos.

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