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Cultura | 04.12.24 - 19h37

Prefeitura do Recife celebra artes cênicas e encerra 23ª edição do Festival Recife do Teatro com público de 12 mil pessoas e seis toneladas de alimentos trocados por ingressos

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Evento movimentou os palcos da cidade durante dez dias, com apresentações de envergadura nacional e talentos locais, além de fomentar discussões em torno do tema “Atuação e Representatividade” no fazer teatral. (Foto: divulgação)

 

Dez dias de maratona teatral, com 34 espetáculos, sendo 21 de grupos pernambucanos e 13 da cena nacional, totalizando 43 sessões para públicos de todas as idades, com ingressos solidários, além de cinco oficinas gratuitas, com 275 inscritos. A 23ª edição do Festival Recife do Teatro Nacional chegou ao fim e a Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Cultura (Secult) e da Fundação de Cultura Cidade do Recife (FCCR), já anunciou a data da próxima etapa: 19 a 30 de novembro de 2025.


No total, a mostra movimentou dez espaços da cidade e confirmou o Recife como um dos importantes polos teatrais da cena brasileira. Os números registrados neste ano apontam que, após a interrupção devido à pandemia, o Festival Recife do Teatro recuperou o seu fôlego, igualando a média de público de 12 mil pessoas nesta temporada, a exemplo de anos anteriores. Toda esta imensa plateia foi convocada para aplaudir e celebrar a trajetória de vida e carreira de dois homenageados: o ator recifense Marco Nanini, e in memoriam, a atriz Ivonete Melo, falecida em 2024.


“Fizemos um justo reconhecimento a dois recifenses, que contribuíram e contribuem, ativamente, para o teatro brasileiro. Nanini dispensa apresentações pelas seis décadas de dedicação à arte, e Ivonete Melo, reverenciada por ter participado do Grupo Vivencial de Olinda, um dos marcos históricos do teatro do Recife, além do seu vasto histórico de militante dentro do Sindicato dos Artistas. Não tenho dúvidas de que a programação deste festival honrou os seus homenageados e o seu tema, que foi ‘Atuação e Representatividade’”, afirmou a secretária Milu Megale.


Foram palco do evento os seis teatros municipais (Santa Isabel, Barreto Júnior, Luiz Mendonça, Apolo, Hermilo Borba Filho e o Teatro do Parque), além dos parques da Tamarineira e Macaxeira, da Rua da Aurora e do Paço do Frevo, onde foram realizadas duas das oficinas. Todos esses espaços, com exceção do Paço, funcionaram como ponto de recolhimento de alimentos para o Banco de Alimentos do Recife, mantido pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas. Pelo segundo ano consecutivo, o festival trocou os ingressos para as peças por alimentos, chegando ao número surpreendente de seis toneladas de alimentos, que serão destinados a instituições credenciadas pela Prefeitura do Recife.


“O Festival de Teatro tem um público fiel, o recifense faz questão de prestigiar o evento, que é um dos quatro festivais realizados pela Prefeitura do Recife sempre no segundo semestre do ano. Mais uma vez, tivemos muitas noites com casa cheia e uma grande participação popular também nas apresentações abertas, a exemplo do Parque da Tamarineira e da Rua da Aurora. Este resultado confirma o nosso compromisso com as artes cênicas”, destaca o presidente da FCCR, Marcelo Canuto.


Entre as novidades apresentadas neste ano, merece destaque o espaço Off REC, que transformou os teatros Apolo e Hermilo Borba Filho em uma espécie de sede principal do evento, com o público participando de atividades gratuitas pela manhã, à tarde e à noite. Promovendo nove espetáculos, além de rodas de diálogo, performance e vivências, o Off REC abriu espaço para peças em produção e montagens pernambucanas e de outros Estados com o olhar voltado ao experimentalismo e a discussões como longevidade, ancestralidade e os vários desafios encarados pelas mulheres.


“Chegamos ao fim de mais um festival com o sentimento de dever cumprido. Tivemos uma edição muito especial, com representações de quase todas as regiões do País. Muitos grupos do Nordeste mostraram seu trabalho para os recifenses, como Bagaceira, do Ceará; e a companhia Casa de Zoé, do Rio Grande do Norte, que encenou “Sinapse Darwin” em plena Rua da Aurora, ao ar livre, para adultos e crianças. Dos 34 espetáculos, 21 foram produções locais, o que reforça nossa preocupação em valorizar o que é feito no Recife. Temos agora o desafio de fazer uma edição ainda mais robusta em 2024”, apontou o secretário executivo de Cultura e diretor artístico do evento, André Brasileiro.


A avaliadora oficial do Festival, Giovana Soar, desejou que, cada vez mais, o festival se amplie e atraia o público do Recife. “Acho que o mais importante é pensar: para quem é feito este festival? E se a resposta é para todos, vale a pena entender como nós vamos atingir esse todo. Desejo ao festival que essa ampliação de público seja alcançada brevemente, e aumente sempre mais, porque sabemos que a demanda por bons espetáculos e eventos culturais existe. Que o festival se mantenha robusto, forte, íntegro, mais integrado às questões da sociedade, às questões pungentes, e às questões da representatividade; que elas possam ser não só temas, mas metas. E que o festival siga se ampliando em tamanho, qualidade e profundidade, e que seja cada vez mais importante e necessário para a cidade do Recife”, concluiu.

 

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