Secretaria de Cultura

NOTÍCIAS

Cultura | 14.05.25 - 15h49

Teatro de Santa Isabel celebra 175 anos com sessão gratuita de espetáculo do Grupo Magiluth

img_alt

“Estudo N°1 Morte e Vida”, que parte da obra do escritor e poeta João Cabral de Melo Neto, será apresentado em sessão única e festiva, no próximo domingo (18), quando o teatro patrimônio completa 175 anos de serviços prestados à cultura. (Foto: Andrea Rêgo Barros/Arquivo PCR)

 

No próximo domingo (18), todo aplauso será pouco para celebrar um dos mais prestigiosos símbolos da cultura recifense. O Teatro de Santa Isabel, um dos mais requisitados, importantes e antigos palcos da capital pernambucana, completará 175 anos de serviços prestados à fruição cênica e artística na cidade de tantos acordes e vocações culturais.

A festa está garantida. O público cativo do teatro centenário está convidado para o espetáculo “Estudo N°1 Morte e Vida”, do festejado Grupo Magiluth, que será apresentado em sessão única e gratuita, a partir das 19h. Os ingressos serão distribuídos na bilheteria do teatro, a partir das 18h.

Décima primeira peça do Magiluth, Estudo N°1 Morte e Vida” tem como ponto de partida a obra “Morte e Vida Severina”, do escritor e poeta João Cabral de Melo Neto, para atravessar uma série de estudos contemporâneos dedicados a construções, formações e interações sociopolíticas no Brasil e no mundo ao longo dos séculos XX e XXI.

O espetáculo é um estudo cênico sobre a trajetória de imigrantes que deixam o Sertão nordestino e seguem o caminho do rio, em busca de melhores condições de vida e trabalho. O olhar híbrido e inquieto do coletivo pernambucano se volta, neste elogiado trabalho, para os movimentos migratórios motivados por adversidades climáticas, políticas e sociais, buscando observá-los tanto em suas analogias quanto na heterogeneidade de seu conjunto. 

A criação, realização e dramaturgia são do Grupo Magiluth. A direção geral é de Luiz Fernando Marques. A assistência de direção e a direção musical são de Rodrigo Mercadante. Fazem parte do elenco os atores Erivaldo Oliveira, Giordano Castro, Mário Sergio Cabral, Lucas Torres Amorim e Bruno Parmera, que assina também o design gráfico. A fotografia é de Vítor Pessoa e Mariana Beda. O espetáculo dura 1h20 e é indicado para maiores de 16 anos.

Lançamento - Ainda em celebração a seus 175 anos de existência e resistência cultural, o Santa Isabel recebe, na próxima sexta-feira (16), às 19h, o lançamento do  livro-pesquisa “Ponto de Vista: crítica e cena pernambucana”, do jornalista, pesquisador e historiador das artes cênicas Leidson Ferraz, sobre a crítica teatral no Recife nos séculos XIX e XX. O acesso também é gratuito.

Sobre o aniversariante - O Teatro de Santa Isabel, cujo nome é uma homenagem à Princesa Isabel, foi inaugurado em 18 de maio de 1850, inserindo a então província de Pernambuco numa nova fase cultural. Idealizado pelo Barão da Boa Vista, teve o projeto dirigido pelo engenheiro francês Louis Léger Vauthier, que inovou na época, optando por não utilizar trabalho escravo na construção de arquitetura neoclássica. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 31 de outubro de 1949, o equipamento foi mais tarde eleito um dos 14 teatros-monumentos do país.

Durante toda a sua história, a casa emoldurou importantes capítulos da vida política da cidade, tendo assistido à Revolução Praieira e abrigado a campanha abolicionista e pelo advento da República. Frequentado, desde sempre, por notórias personalidades da cultura nacional, o Teatro de Santa Isabel foi cenário dos debates literários de Tobias Barreto e Castro Alves. E foi de lá que ecoou para todo o Brasil a histórica frase do abolicionista Joaquim Nabuco: “Aqui vencemos a causa da abolição”, imortalizada numa placa exibida numa das paredes do teatro até hoje.

Uma curiosidade sobre o teatro é que ele chegou a ser destruído por um incêndio ocorrido em 19 de setembro de 1869, tendo sido totalmente recuperado, redimensionado e entregue ao povo pernambucano em 16 de dezembro de 1876.

ASSUNTOS: