Redução da maioridade penal é tema de debates na escola São Cristovão
Com o objetivo de estimular a abordagem crítica sobre a proposta de redução da maioridade penal, a Escola Municipal São Cristóvão, localizada no Brejo da Guabiraba, promoveu um ciclo de debates a respeito do tema. Nesta quinta-feira (11), cerca de 200 estudantes, do 7º ao 9º ano, puderam conferir palestras sobre medidas socioeducativas, políticas públicas e a importância da escola nesse processo, além de debater e tirar dúvidas.
Promovido pela coordenação da escola, o evento surgiu após uma pesquisa realizada na unidade de ensino sobre a opinião dos alunos acerca da temática abordada, em que aproximadamente 97% dos estudantes apoiavam a redução da maioridade penal. A porcentagem instigou os gestores a levarem profissionais para discutirem e deixá-los mais informados.
De acordo com a professora e organizadora do evento, Alessandra Georgia, os debates têm auxiliado os estudantes na formação de opinião sobre o tema. “Muitos estavam sendo radicais demais mesmo sem um argumento plausível e agora, nitidamente, houve uma mudança. Eles têm opiniões mas sólidas”, conta. Pela manhã, os alunos assistiram à palestra do ex-coordenador pedagógico da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), Danilo Santos, que debateu sobre internação e regime de semiliberdade.
Segundo o coordenador, a redução da maioridade penal tem sido um tema amplamente discutido em todo o país e é importante que os estudantes estejam sempre informados sobre tudo. "A escola está desempenhando um papel muito importante, atuando na cidadania, debatendo sobre os valores humanos e dando voz aos estudantes", destaca Danilo, atual chefe da unidade de gestão da Gerência Regional de Educação (GRE). À tarde, é a vez de Albérico Pires, ex-delegado da Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA), falar da sua experiência e expor sua opinião.
A estudante do 9º ano Thais Silva, 15 anos, é a favor da redução da maioridade penal. "Os opositores da redução alegam que a medida não acabará com a violência, só que essa não é a proposta. Não é toda lei que serve para evitar violência, mas sim pra punir", opina a estudante. Já o estudante, também do 9º ano, Robson Ribeiro, 15 anos, se considerava a favor, mas mudou seu ponto de vista. "Mudei meu pensamento porque eu descobri que é melhor investir em educação do que prender", comenta Robson.
O ciclo de debates iniciou na última segunda (8) e teve, entre os palestrantes, o cabo PM Ivanildo Cândido e o advogado Francisco Siqueira. Na próxima segunda (15), será a vez do jogador de futebol Zé do Carmo e a psicóloga Rosemary Guba. Na quarta (17), o coronel reformado da PM Ewerton Miranda finaliza o ciclo.