Reunião com representantes de religiões de matriz africana aborda cuidados com a água nos terreiros
Exposição está entre as estratégias da Prefeitura do Recife para o controle do Aedes aegypti
O cuidado com os depósitos de água nos terreiros de religiões de matriz africana, relacionado ao combate ao mosquito Aedes aegypti, foi tema de discussão na tarde desta quarta-feira (20) no auditório da Policlínica Lessa de Andrade. Participaram do encontro representantes de terreiros e órgãos dos governos municipal e estadual. A reunião é uma das estratégias do Plano de Enfrentamento ao Aedes aegypti, da Prefeitura do Recife.
Para a coordenadora da Política Municipal de Saúde da População Negra, Sony Santos, o momento mostra a preocupação do poder público dentro de todos os segmentos da sociedade. "Se todos são cidadãos, todos têm direito à informação, para que possamos enfrentar esse desafio juntos. Discutir como esses espaços estão cuidando do armazenamento das águas sagradas é fundamental", afirmou Sony.
Entre os recipientes comuns a maioria dos terreiros, que podem servir de criadouros para o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika, estão as quartinhas, copos e tigelas. De acordo com a coordenadora da Rede de Mulheres de Terreiros/PE, Vera Baroni, não basta apenas renovar a água dos recipientes. "É importante que a gente passe uma escovinha para limpar bem o local", sugeriu. "Usamos água para banhos, para convidar a divindade e ainda para sacralização, então, precisamos rever nossos hábitos e estudar mudanças, se for necessário, porque o assunto é urgente", disse a coordenadora da Política de Igualdade Racial de Pernambuco, Mãe Elza.
O gerente de Vigilância Ambiental do Recife, Jurandir Almeida, explicou os cuidados que as pessoas devem ter para evitar a proliferação do mosquito, esclareceu dúvidas sobre o uso das ferramentas de combate ao vetor e discutiu novas estratégias. "Nós podemos colocar ovitrampas nos terreiros. São armadilhas que nos permitem monitorar a quantidade de mosquitos de uma determinada área, para pensarmos nas ações que vamos fazer naquele local", explicou.