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Cultura | 24.11.11 - 20h33

Roda de diálogo discute violência contra a mulher

A iniciativa antecipou as comemorações para o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher

[caption id="attachment_10674" align="alignleft" width="334" caption="Foto: Lú Streithorst"][/caption]

Antecipando as comemorações do Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher (25 de novembro), o Instituto de Assistência Social e Cidadania (Iasc) promoveu, na tarde desta quinta-feira (24), uma roda de diálogo na Casa de Acolhida Temporária ‘O Recomeço’ sobre o tema da violência de gênero. O evento reuniu funcionários, usuários e convidados para debaterem temas como distinção sexual, cidadania e a Lei Maria da Penha a partir das experiências dos próprios usuários.

O promotor de justiça em Direitos Humanos, Westei Conde explicou algumas transformações sociais e legais que propiciaram o surgimento da Lei Maria da Penha (2006), no intuito de conscientizar as usuárias sobre seus direitos e deveres em relação ao conjugue. Segundo ele, é preciso pensar em adequação à Lei em termos futuros, mas por meio de ações no presente. “A forma que educamos nossos filhos é o que tornará possível a mudança neste quadro de violência que persiste. Entre outros fatores, isso se deve tanto ao fato das leis de proteção à mulher serem muito recentes, quanto à ausência de capacitação dos cursos jurídicos, que não abordam a questão do gênero”, concluiu.

Para a usuária, D.A., 21 anos, que está na casa há dois meses, a roda de diálogos serviu para entender melhor a necessidade de enfrentar o problema da violência contra a mulher de forma efetiva. “Acho que as mulheres têm que denunciar, mas é muito difícil a nossa situação. Eu mesmo tenho medo de ir à delegacia fazer a denúncia. Nunca tive coragem e a saída foi fugir do meu marido. Por isso estou aqui”, disse.

Atualmente, a Casa de Acolhida Temporária ‘O Recomeço’ atende 25 mulheres com e sem filhos, muitas delas com algum índice de transtorno mental. Contando com as crianças são 43 usuários. Em sua maioria, os acolhidos são incorporados ao sistema através do Conselho Tutelar; outras chegam por intermédio do Centro Especial em Assistência Social (CREAS), hospitais, CAPs e outros órgãos similares.

História - O dia 25 de novembro se convencionou como Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, data marcada pelo assassinato brutal de duas irmãs conhecidas como “Las Mariposas”. Elas foram brutalmente assassinadas por serem contra a ditadura de Rafael Leônidas, ocorrida entre o período de 1930 a 1961 na República Dominicana.