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Saúde | 01.03.16 - 17h02

Agentes de saúde ambiental do Recife realizam vistoria em imóveis abandonados da cidade

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Ação de entrada compulsória é mais uma frente para controlar o Aedes aegypti. (Foto: Luciano Ferreira/PCR)

 

O enfrentamento ao Aedes aegypti promovido pela Prefeitura do Recife passou a atuar em mais uma frente para não permitir que os focos do vetor avancem na cidade. Hoje (29), no bairro do Ibura, três imóveis abandonados foram abertos, compulsoriamente, por agentes de saúde ambiental e controle de endemias (asaces) para que a vistoria fosse realizada e os locais deixassem de oferecer risco à população vizinha. O trabalho conta com a ajuda de um chaveiro, que ficará responsável pela abertura e fechamento das unidades inspecionadas. Atualmente, no Recife, cerca de 27% dos locais visitados estão fechados - entre os que estão ocupados mas não há quem abra e que estão abandonados, impedido o acesso dos agentes nas visitas de rotinas.

O primeiro alvo da operação foi um galpão no Ibura de Baixo. No local, havia alguns pontos com água acumulada. Os asaces coletaram amostras de larvas encontradas, fizeram aspiração de mosquitos, aplicaram larvicida biológico nos possíveis focos e Ultra Baixo Volume (UBV), conhecido como fumacê leve. Todo o material recolhido foi levado para o Centro de Vigilância Ambiental e Controle de Zoonoses para análise.

Em seguida, acompanhada pela Guarda Municipal, a equipe se dirigiu para outro imóvel no mesmo bairro. De acordo com o proprietário, que mora próximo ao local e chegou no momento da ação da Vigilância Ambiental, o ponto comercial está fechado há dois anos. “Nunca fiz limpeza na casa, como não alugo, achei que não tinha problema, mas acho importante o pessoal ter entrado para ver a situação”, disse Rogério Luiz de Oliveira.

No terceiro endereço, a vizinhança conta que o imóvel está abandonado há oito anos. “Morava uma família aí. Os agentes vêm aqui direto e não conseguem entrar, aí falei que tava abandonado. Sorte é que eu nunca fiquei doente”, afirmou a dona de casa Maria das Dores da Conceição, que mora na rua há 36 anos. Pouco tempo depois, a proprietária também apareceu e apoiou a ação. “Foi coincidência mesmo. Que bom que o pessoal está atento a tudo. Vou ficar mais ligada agora”, contou a manicure Maria Aparecida.

De acordo com a secretária-executiva de Vigilância à Saúde do Recife, Cristiane Penaforte, o decreto municipal 29.279/2015, que declara Situação de Emergência na cidade, já dava condições para o livre trabalho das equipes. “Para que a entrada com uso do chaveiro aconteça é necessário que haja três visitas em dias e horários diferentes, documentadas, com as características de abandono. Após o término, o chaveiro fecha novamente, sem arrombar, e deixa como estava”, explicou.

Ainda de acordo com Cristiane, nos casos em que o proprietário dificulte ou impeça a entrada dos asaces, a Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos está responsável por tomar as providências para conseguir autorização judicial para realizar a entrada.