Prefeitura do Recife comemora a implantação da 20ª Residência Terapêutica
Durante evento especial, homenagens e lançamento de vídeo para celebrar a importante marca
Por Victor Ferreira
Em 2011 a Prefeitura do Recife inaugurou a 20ª Residência Terapêutica, localizada no bairro de Campo Grande, na Zona Norte da Cidade. Com a implantação da nova unidade, mais de 140 pessoas passam a ser beneficiadas pelo serviço. Em comemoração à marca alcançada, a Secretaria Municipal de Saúde produziu o vídeo Esse Mundo É Meu. Lançado na manhã desta quinta-feira (22) em evento especial no Hotel Jangadeiro, em Boa Viagem, o curta-metragem mostra um pouco do cotidiano de pessoas que encontraram um lar nas unidades mantidas pela PCR.
O encontro foi aberto pelo assessor executivo da Secretaria de Saúde do Recife, Tiago Feitosa. Ele fez um breve histórico da rede de saúde mental estruturada no município e ressaltou a importância do tratamento oferecido nas unidades da PCR na recuperação de pacientes com transtorno. “Conseguimos um grande avanço nesse sentido, pois é um novo convívio em comunidade para eles. Com isso, resgata-se uma dívida histórica com uma parcela da população que não viveu sua vida enquanto internada nos hospitais psiquiátricos. Nós os trouxemos de volta para a sociedade”, ressaltou.
De acordo com a gerente de Atenção à Saúde Mental do Recife, Alyne Lima, a intenção é inaugurar mais três casas até o fim deste ano e, até o próximo mês de junho, chegar a 30 Residências Terapêuticas. “Com as residências, os pacientes podem ser tratados junto à sua família e habitando a nossa cidade. O evento serve para nós podermos mostrar que existem outros dispositivos para tratar a doença mental”, avaliou.
As Residências Terapêuticas foram criadas para receber ex-internos de unidades de assistência que estão sendo desativadas, como ocorrerá em definitivo com o Hospital Psiquiátrico de Pernambuco (HPP) nesta sexta-feira (23). “Precisamos aprender a tratar pessoas com transtorno mental de outra forma, sem tirá-las da sociedade. Até porque as doenças mentais são crônicas e qualquer um de nós está sujeito a desenvolvê-las”, disse Feitosa.
Além dos gestores, que foram homenageados, o evento contou com a presença dos moradores das residências e seus parentes. Os pacientes ficaram bastante satisfeitos em rever cenas e lembrar das transformações em suas biografias após a chegada na nova moradia. “Minha vida está muito diferente da época em que estava no hospital. Mudou muito e mudou para melhor. Eu lavo roupa, varro a casa, arrumo meu quarto... Como tanto que estou com um barrigão”, brincou Daniel Cirino da Silva, 57 anos, morador da Residência Terapêutica instalada no bairro da Várzea, Zona Oeste da Cidade.