Ancoradouro de navios e ideias
Recife… “metade roubada ao mar, metade à imaginação”. O Recife existe como porto antes mesmo de se tornar cidade. Desde o século XVI, quando Duarte Coelho tomou posse da capitania de Pernambuco, os arrecifes de arenito que protegem a bacia dos rios Capibaribe, Beberibe e Tejipió tornaram-se o porto natural de escoadouro das riquezas aqui produzidas.
No início do século XVII, o porto do Recife era o mais movimentado da América de domínio Português e, por isso, lutava contra as frequentes tentativas de invasão por parte dos corsários franceses, ingleses e holandeses. Em 1630, os holandeses, desembarcando ao norte da cidade de Olinda, dominaram todo o litoral pernambucano e a cidade dos arrecifes, onde edificaram e fizeram prosperar, na entrada do porto, a sede dos seus domínios.
Sete anos mais tarde, o conde João Maurício de Nassau Siegen é designado governador geral com a missão de tornar mais rentável para a Companhia das Índias Ocidentais o já então vasto (do Maranhão a Sergipe) território holandês.
Acompanhado por artistas, arquitetos, engenheiros, poetas, médicos, cartógrafos, astrônomos e imigrantes judeus (que fugiam da repressão religiosa da Inquisição), Nassau construiu uma cidade planejada e imprimiu um ritmo de desenvolvimento nunca visto neste continente. Fase em a cidade ganhou palácios, horto zôo-botânico, canais e pontes. Além disso, foi responsável pela construção do primeiro observatório astronômico das Américas e Hemisfério Sul, instalado em 1639 pelo pintor, cartógrafo, aquarelista, astrônomo, naturalista e desenhista, o alemão Georg Marcgrave, um contemporâneo de Albert Eckhout e de Franz Post que também integrou a expedição científica e militar de Nassau. O Observatório foi estruturado no território do atual bairro de Santo Antônio.
Em 1790, Dom João V elevou a cidade à categoria de vila e, no início do século XVIII, a nova classe já se fazia notar pelas ruas do antigo povoado: os mascates, pequenos comerciantes oriundos de Portugal e enriquecidos com os lucros cada vez maiores conseguidos na efervescente atividade mercantil que se criara em torno do porto. Forjava-se assim, e em definitivo, o perfil da nossa cidade.
Desde os seus primórdios, a evolução da cidade que é no dizer do poeta Carlos Pena Filho, “metade roubada ao mar, metade à imaginação”, vem comprovando sua vocação: para porto e para negócios.
No início do século XXI, o Recife se prepara para sediar outro ancoradouro: o Porto Digital. De importância histórica, econômica e estratégica só comparável àquele encontrado pelos primeiros visitantes.
Um porto de novas águas, outros navios. Bits ao invés de cargas, antenas ao invés de velas. Levando a informação por meio de redes complexas e conexões vigorosas, estruturadas para aproximar empresas e viabilizar empreendimentos.
Assim é o Recife, história e modernidade juntas em uma cidade que é um porto seguro em um mar de ideias e de oportunidades. Uma terra que vem comprovando, ao longo do tempo, sua grande vocação para negócios.Bons negócios!
Fonte: Publicação da Prefeitura da Cidade do Recife – Recife – Informations Pour De Futurs Investisseurs Dans La Ville. Informações Para Investimentos Na Cidade.
Mapa da Vila de Olinda e do Porto do Recife do fim do século XVI Recife do século XVII Planta da vila do Recife 1760 (século XVIII) Recife do século XIX