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| 02.03.12 - 16h39

Moradores dos Coelhos são orientados sobre os riscos da tuberculose

Objetivo principal da campanha foi chamar atenção para os sintomas da doença e aproximar a população das unidades de saúde do território

Por Tádzio Estevam

[caption id="attachment_14006" align="alignleft" width="334" caption="Foto: Divulgação"][/caption]

Os moradores do bairro dos Coelhos, Zona Central do Recife, receberam informações importantes sobre a tuberculose na manhã desta sexta-feira (2). A doença atinge uma média de mais de 20 pessoas na comunidade por ano, segundo estatísticas da Secretaria de Saúde do Município. Por conta dessa alta incidência, profissionais da coordenação de combate à doença realizaram durante toda a manhã várias atividades com vistas à prevenção e controle da moléstia no território.

O objetivo principal da campanha foi chamar atenção para os sintomas da tuberculose e aproximar a população das unidades de saúde do território. De acordo com a coordenadora geral do programa municipal, Júlia Vilela, a meta foi alcançada. “Estamos satisfeitos em conseguir mobilizar a população por meio das equipes das duas unidades de saúde que temos aqui no bairro. Esta campanha começou antes mesmo do carnaval. Realizamos várias reuniões, panfletagem, atividades teatrais em escolas, tudo para tentar diminuir o alto índice de casos positivos da tuberculose aqui. Contudo, ainda estamos preocupados com as pessoas que abandonam o tratamento”, alertou.

Durante as atividades de hoje, a população – que compareceu em peso -, interagiu fazendo muitas perguntas sobre a doença. Foi o caso da Denise Paulina de Barros, moradora da comunidade há mais de 30 anos. Ela queria saber exatamente o que é a tuberculose e fez uma declaração bastante emocionada sobre um episódio ocorrido na família. “Perdi um filho aos 34 anos que foi vítima dessa doença. Antes não sabia o que era. Só o via tossindo, emagrecendo e fraquejando. Fiquei muito triste porque ele recusava o tratamento. Até que não aguentou mais, foi socorrido e não resistiu. Por isso eu não perco nenhuma reunião dessas que são feitas aqui no posto. Informação pra mim agora é fundamental”, disse. Já dona Maria de Fátima Costa, vizinha da dona Denise, teve tuberculose e sabe muito bem como foi conviver com a moléstia. “Há dois anos comecei a apresentar os primeiros sintomas. Tossia muito, durante quase um mês, quando vim aqui no posto, fiz o exame do escarro e acusou tuberculose. O tratamento foi iniciado logo em seguida e, após dois meses estava outra pessoa. Graças ao esforço e dedicação dos profissionais daqui do posto eu hoje estou curada”, festejou com olhos atentos às informações que estavam sendo repassadas na palestra.

Números - Há três anos, a campanha de tuberculose no Recife conta com a parceria do Fundo Global. Os recursos são destinados à prevenção e tratamento dos casos da doença. Somente no bairro dos Coelhos, foram registrados uma média de mais de 20 casos ao ano, tendo como referência 2009 até 2011. No ano de 2010, o Coeficiente de Incidência no local foi de 293 por 100 mil habitantes, considerando o bairro de altíssima preocupação. A maioria dos casos ocorrem no sexo masculino (cerca de 65%) e na população economicamente ativa com idades entre 20 e 59 anos. Este coeficiente de incidência é o indicador que representa o problema, medindo o risco da população adoecer pela doença.

Preocupada com esta estatística que aumenta devido a outros fatores de risco como o alcoolismo, drogas e o abandono ao tratamento, a secretaria oferece aos moradores dois serviços básicos com equipes muito atuantes tanto na busca dos sintomáticos respiratórios (suspeitos), como no acompanhamento a um serviço de referência, no caso, a Policlínia Gouveia de Barros, para apoiar nos casos mais complexos.

Saiba mais - Tosse por mais de três semanas é sinal de tuberculose, assim como a ocorrência conjunta de febre vespertina, falta de apetite, desânimo e dor no peito. Na presença dos sintomas, a pessoa deve procurar o posto de saúde mais perto de casa para orientações e a realização do exame de escarro. Quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico, melhor, para que os danos aos pulmões sejam menores.

Todos os postos e policlínicas da rede municipal estão aptos a cuidar de quem adoece de tuberculose. O tratamento dura seis meses até a cura e não deve ser abandonado. O acompanhamento é feito junto às unidades do PSF, com profissionais capacitados de acordo com protocolos do Ministério da Saúde.