Recife aplaude e se emociona com o revezamento da Tocha Olímpica
A força simbólica da chama olímpica emocionou o Recife, nesta terça-feira (31), num revezamento de 35 km que percorreu vários bairros e teve seu momento culminante no Marco Zero, onde a paratleta Roseane Ferreira dos Santos, a Rosinha, acendeu a pira olímpica ao lado da medalhista Yane Marques. Ao longo de todo o percurso, a população prestigiou o evento e aplaudiu cada um dos cerca de 200 condutores. A largada do revezamento aconteceu às 13h45, em frente à Central de Distribuição da Coca-Coca, no bairro de Ponto de Parada, e a chama chegou ao Marco Zero às 20h28.
Muito emocionada, Rosinha recebeu a Tocha das mãos de Yane Marques na rua Marquês de Olinda e a levou, sob aplausos, ao palco do Marco Zero para o acendimento da pira. "Estou morando no Rio e me perguntaram se eu queria conduzir a Tocha lá. Eu disse que fazia questão de participar do revezamento no Recife. Sou pernambucana com muito orgulho! A força dessa Tocha é tão grande que eu vou levá-la para o Rio 2016 e usá-la na hora do arremesso", disse a paratleta, que conquistou dois ouros em Sidney-2000, batendo o recorde mundial do arremesso de peso e lançamento de disco.
Penúltima condutora da Tocha, a pentatleta Yane Marques não escondia a alegria. "É um momento único para nós. Eu me sinto muito feliz por participar disso tudo. Seremos cerca de dez atletas pernambucanos no Rio 2016. Ao conduzir a Tocha, sinto que estou representando todos os que viveram, vivem e viverão o sonho olímpico. As olimpíadas serão na nossa casa. Vamos todos torcer e mandar energias positivas", discursou, no palco do Marco Zero. Junto com 12 outros esportistas, Yane foi indicada pela Prefeitura do Recife para participar do revezamento.
RECONHECIMENTO - A ex-judoca recifense Jemima Alves, que disputou os Jogos Olímpicos de Barcelona, conduziu a chama na rua Real da Torre, a partir da esquina com a Conde de Irajá. "É uma felicidade muito grande, uma emoção enorme. Já participei de Jogos Olímpicos e agora estou conduzindo a Tocha. Para mim, é como participar do Rio 2016. O convite da Prefeitura foi um reconhecimento ao meu esforço e dedicação como atleta", considera.
Com a experiência de quem participou de seis edições dos Jogos Paralímpicos, conquistando dois ouros e um bronze, a paratleta Suely Guimarães conduziu a tocha Olímpica pelas ruas do Ipsep. Orgulhosa por representar seu esporte e seu Estado, ela realizou o trajeto muito emocionada. "Espero que essa emoção da Tocha Olímpica contagie todo o Brasil, que nós possamos nos unir e apoiar nossos atletas ", disse.
O estudante Alessandro Costa da Silva, da Escola Municipal Divino Espírito Santo, também foi um dos condutores. "Fui selecionado por um dos patrocinadores, por causa de um vídeo que eu fiz dando um mortal. Participar do revezamento foi muito emocionante. Conduzi a Tocha na rua Paris, bairro da Imbiribeira", conta.
Já o garçom Severino da Paz fez questão de acompanhar o desfile desde a largada, correndo na frente do comboio com uma vistosa bandeira do Santa Cruz. "Tenho cinquenta anos e é a primeira vez que estou vendo a Tocha. Vai ficar na história da cidade. Vou correndo na frente até onde der, aproveitando também para divulgar meu time de coração". Quilômetros à frente, na Madalena, ele ainda estava à frente do comboio, e fez questão de conferir a cerimônia de encerramento no Marco Zero.
ALEGRIA - O secretário de Esportes do Recife, Luís Henrique Lira, destacou que o percurso escolhido pela Prefeitura aproximou a Tocha da população. "O revezamento passou por vários bairros, como Arruda, Afogados, Tamarineira e Ipsep, além de destacar os pontos turísticos, como a orla de Boa Viagem e o Recife Antigo. A cidade se preparou bem, num trabalho integrado que envolveu diversos órgãos municipais, e a população está de parabéns por ter recebido a chama com tanta alegria", afirma.