Professores da Academia da Cidade são capacitados para lidarem com portadores de HIV e AIDS
[/caption]Iniciativa foi proposta pelo Ministério da Saúde e tem como parceiros a Prefeitura do Recife e o Governo do Estado
Por Tádzio Estevam
Aumentar a percepção de usuários portadores do vírus HIV e Aids nos polos do programa Academia da Cidade; desenvolver linhas de cuidados específicos para este público com vistas a um acompanhamento mais adequado; e mais acesso aos serviços de saúde do Município. Estes são os objetivos de uma capacitação que teve início nesta sexta-feira (27) para os 150 profissionais e estudantes de educação física e nutrição que compõem o programa existente no Recife desde 2002. A primeira das três etapas do evento acontece até o final do dia no auditório da Faculdade de Enfermagem da Universidade de Pernambuco (UPE) e envolve gestores das esferas federal, estadual e municipal.
A iniciativa foi proposta pelo Ministério da Saúde e tem como parceiros o Governo do Estado e a Prefeitura do Recife. Os profissionais do programa passarão a lidar com os usuários que frequentam os espaços de promoção de saúde, lazer e atividades físicas que são portadores do vírus. “Esta é a primeira vez que recebemos uma capacitação deste tipo e que envolve duas áreas como Vigilância e Atenção Básica”, disse a coordenadora geral do programa Geanine Barros. Segundo ela, a capacitação também será de suma importância para os professores. “Estamos todos atentos às orientações que serão aplicadas nas nossas aulas”.
Para falar sobre o assunto desta primeira etapa, estiveram presentes na UPE o coordenador do programa de DST/AIDS e Hepatites Virais do Recife, Acioli Neto, e o coordenador do programa em nível estadual François Figueiroa. Por meio da apresentação dos dados epidemiológicos na Capital, Acioli Neto, ressaltou a importância da prática da atividade física para os portadores do vírus. “A Aids mudou de cara. Hoje em dia é cada vez mais comum conhecermos portadores sem o aspecto mais avançado da doença, o que torna difícil para um leigo identificar se aquela pessoa tem ou não a doença. E para ajudar a manter uma boa aparência física, esses portadores de HIV e de Aids necessitam fazer atividades físicas regulares, inclusive, para diminuir os efeitos dos antirretrovirais que causam lipodistrofia que é o acúmulo irregular da gordura corporal”, comentou. De acordo com os dados da apresentação, o Recife registrou até o mês de junho do ano passado, 6.536 casos positivos para a doença, o equivalente a 35,8% dos casos registrados em todo o Estado.
A professora de Educação Física do polo de Boa Viagem, Taciana Vasconcelos, lida todos os dias com uma média de 80 alunos que vão todas as manhãs praticar atividades físicas no local. Para ela, perceber alunos que porventura estejam acometidos pelo vírus ou até mesmo pela doença requer um olhar muito minucioso. “De repente estamos lidando com alunos que têm o vírus todos os dias e não sabemos. Por isso, esta capacitação se torna muito importante para nós professores, uma vez que identificar esses alunos irá proporcionar uma troca de benefícios no sentido de oferecermos orientações, despertar uma nova visão e, além de tudo, respeitarmos algumas limitações que eles possam apresentar”, justificou.
Além de técnicos experientes das esferas municipal e estadual, o evento contará com a participação de profissionais de referência em todo o País, como os infectologistas Heverton Zambrini (Hospital Heliópolis/SP) e Érika Ferrari (Unifesp/SP). Também serão palestrantes o educador físico Giovanni Nardin (Hospital das Clínicas de Porto Alegre/RS); e a nutricionista Nacle Nabak (Centro de Referência em DST/Aids de Campinas/SP).
Programação
04 de maio
8h: Conversa com Café
9h / 14h: Boas-vindas
9h30 / 14h30: Gênero e sexualidade
(Jô Menezes e Juliana César – ONG Gestos)
11h / 16h30: Diversidade sexual e cidadania
(Rildo Veras – assessoria especial do governador para Diversidade Sexual/PE)
05 de maio
8h30: Abertura
9h: HIV e Aids – Sintomas e fases da doença, tratamento e lipodistrofia
(Heverton Zambrini – médico infectologista do Hospital Heliópolis/SP)
11h30: HIV e Aids – Síndrome Metabólica e alterações osteoarticulares
(Érika Ferrari – médica infectologista da Unifesp/SP)
14h: Atividades físicas e exercícios para pessoas vivendo com HIV e aids (PVHA) - benefícios, definições e indicações
(Giovanni Nardin – educador físico do Hospital das Clínicas de Porto Alegre/RS)
16h: Nutrição em HIV e aids e Atividade Física – alimentação saudável, avaliação nutricional e necessidades nutricionais para PVHA
(Nacle Nabak – nutricionista do Centro de Referência em DST/Aids de Campinas /SP)