Farmacêuticos da rede municipal discutem melhorias e estratégias para atendimento no Recife
Encontro segue até o próximo dia 28 de maio
Por Clarissa Macau
[/caption]Após dois anos da primeira edição, a Prefeitura do Recife voltou a promover neste ano uma ampla discussão entre funcionários e usuários da rede municipal de saúde sobre a função do farmacêutico. Iniciada nesta quarta-feira (23), em Beberibe, a 2ª Semana Farmacêutica do Distrito Sanitário II (DS II) pretende divulgar o trabalho desenvolvido nas unidades da Zona Norte da Cidade e demonstrar a importância da função dos profissionais que trabalham diretamente com medicamentos e similares e na implantação dos núcleos do Programa Farmácia da Família.
Para o coordenador da Assistência Farmacêutica do DS II, Flávio Lago, “a ação tem a importância de mostrar a prática nos Distritos Sanitários, os resultados, a atuação farmacêutica e avaliar possíveis desafios. Além de fomentar estratégias de intervenção para prevenir, identificar e resolver problemas de medicamentos, evitando futuras intoxicações ou internações de usuários”. Flávio ainda enfatizou que a função desse profissional vai além do abastecimento de estoques de remédios, sendo fundamental para a orientação do tratamento.
A 2ª Semana Farmacêutica foi aberta pela manhã, com a animação do grupo de percussão Nação Abath, conduzido pelo Mestre Meia-Noite. Em seguida, foram apresentados esquetes sobre dengue e o uso correto de medicamentos. As atividades foram protagonizadas pelo grupo de teatro As Dengosas e os arte-educadores do Consultório de Rua. O evento segue até o próximo dia 28 de maio.
O que a sociedade quer dos farmacêuticos? foi a pergunta que se fizeram os profissionais da saúde presentes na primeira mesa redonda do evento. De acordo com o gerente da Assistência Farmacêutica do Recife, Hermias Veloso, “a sociedade quer que esse profissional, assim como todos os funcionários de saúde, atenda integralmente, com medicamentos à disposição na rede e orientação correta.” Os farmacêuticos, por sua vez, “esperam uma melhor avaliação do nosso trabalho por parte da população”, completou Hermias. Na mesa ainda foi discutido o uso racional dos remédios, de maneira a otimizar o tratamento e evitar o desperdício. Também participaram da discussão o presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF/PE), Demosthenes Marques, e o presidente da Associação de Farmácia de Pernambuco, Clayton Azevedo.
À tarde, a utilização de medicamentos à base de plantas no Sistema Único de Saúde (SUS) foi o foco da palestra ministrada por Luciana Ramos, pela farmacêutica do Núcleo de Apoio às Práticas Integrativas (Napi). Segundo a especialista, as Farmácias da Família distribuirão seis tipos de remédios fitoterápicos para usos variados: desde ansiolíticos e antidepressivos a expectorantes e anti-inflamatórios. Para ter acesso aos produtos, o público precisará ter a prescrição médica.
A última discussão da quarta-feira abordou experiências das três Farmácias da Família existentes no DS II. Os casos foram discutidos pelos farmacêuticos Evandro Medeiros (Policlínica Salomão Kelner), Fitz Gerald Soares (Ponto de Parada) e Joelma Farias (Alto do Pascoal). Eles trouxeram um panorama com números e tipos de atendimentos feitos nesses estabelecimentos, que chegam a receber 900 por dia, com destaque para o tratamento de hipertensão e diabetes.
Os profissionais lembraram ainda a implantação das escutas qualitativas e dos benefícios da informatização nas Farmácias das Famílias pelo Hórus - Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica. A plataforma web proporciona aos profissionais controlar, a partir do computador ou do próprio celular, a saída e entrada de medicamentos e acompanhar o tratamento dos usuários. A idéia nascida no Recife foi tão bem sucedida que foi adotada pelo Ministério da Saúde.
Médicos, enfermeiros e técnicos de saúde também marcaram presença na 2ª Semana Farmacêutica. O enfermeiro Jorge Coelho comentou que “o encontro serve para amadurecer a assistência ao usuário e moldar estratégias para facilitar o acesso aos medicamentos. Nesse processo, todos os funcionários da saúde devem estar envolvidos.”
Programação da 2ª Semana Farmacêutica AQUI